O apresentador José Luiz Datena se filiou nesta quarta, 4, ao PSDB como opção para ser vice na chapa da deputada federal Tabata Amaral (PSB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A chegada a seu 11° partido, no entanto, não assegura que, desta vez, Datena sairá candidato a qualquer posto — nem mesmo que permanecerá nas fileiras da sigla. “Posso dar o pé daqui amanhã”, disse, após repetir mais de uma vez que “o futuro a Deus pertence”.
O mais novo tucano, no entanto, fez questão de ressaltar que a filiação representa uma “movimentação de coligação partidária”, seguindo estratégia que, segundo ele, Tabata vem trilhando há algum tempo, mas sem deixar claro se será vice da parlamentar. Datena afirmou ainda que não está rompendo com o PSB, sigla à qual se filiou em dezembro do ano passado, e que é fã da deputada, com quem pretende construir um projeto de cidade.
O ato ocorreu na manhã desta quinta em evento esvaziado no centro de São Paulo. O presidente nacional do partido, Marconi Perillo, não participou. Ele enviou uma mensagem em áudio na qual diz que Datena agrega valor à legenda às vésperas das eleições municipais. Rápido, o recado foi transmitido pelo ex-senador José Aníbal, atual presidente do PSDB em São Paulo e único tucano “cabeça branca” a participar do evento. Nos bastidores, diante das recorrentes desistências de Datena, Aníbal é tratado como “plano B” ao projeto de compor a chapa de Tabata.
Assim como Datena e Aníbal, a deputada fugiu de perguntas taxativas sobre a disposição de ambos formarem uma chapa. Em suas falas, Tabata preferiu destacar as qualidades do apresentador. Ela disse que ele tem “diploma de realidade, pelo conhecimento sobre os problemas de São Paulo, e afirmou que “estarão juntos na caminhada, dialogando não em prol de um cargo, mas de uma cidade”.
Crise tucana
A seis meses das eleições, a parlamentar ainda não tem apoio oficial de nenhum partido, com exceção, claro, do PSB. Diferentemente de outras disputas, o eventual apoio tucano nesta eleição não deve ter o mesmo peso político. Em crise desde a morte do então prefeito Bruno Covas e as saídas do ex-governadores Geraldo Alckmin e João Doria, a sigla também enfrenta uma debandada completa na Câmara Municipal: nenhum dos oito vereadores eleitos em 2020 pretende permanecer na legenda e todos apoiarão a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Aníbal relativizou a saída dos vereadores e declarou que o PSDB quer “retomar o protagonismo na política nacional”. “As pessoas querem uma oxigenação do cenário político brasileiro”, afirmou Aníbal, em referência à polarização que também se impõe na capital, com uma disputa entre os candidatos do presidente Lula (Guilherme Boulos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (Nunes).