Na manhã deste domingo, 3, um navio de guerra dos Estados Unidos entrou em confronto no Mar Vermelho em meio a ataques realizados por rebeldes Houthis, no Iêmen, contra embarcações comerciais. O grupo iemenita, aliado do Hamas, anunciou que o atentado é uma retaliação aos bombardeios realizados pelo exército de Israel na Faixa de Gaza.
O destróier americano “USS Carney”, uma das principais embarcações militares dos EUA no Oriente Médio, disparou contra os drones e mísseis dos Houthis após ser notificado de ataques contra navios comerciais no Estreito de Bab al Mandeb, que separa a África e a Ásia.
O Pentágono informou que foi notificado sobre os ataques, mas não forneceu mais informações.
‘Alvos legítimos’
Horas após o ataque, um porta-voz militar dos Houthis, Yahya Saree, reivindicou a autoria dos disparos e informou que os alvos eram, supostamente, dois navios israelenses que teriam ignorado avisos dos rebeldes para deixar as águas locais: as embarcações comerciais “Unity Explorer” e “Number Nine”, com bandeiras das Bahamas e do Panamá, respectivamente.
“As Forças Armadas do Iêmen continuarão a impedir a navegação de navios israelenses pelo Mar Vermelho e pelo Mar Árabe até que Israel encerre a agressão contra nossos irmãos na Faixa de Gaza”, declarou Saree, acrescentando que todas as embarcações ligadas a Israel se tornarão “alvos legítimos” caso ignorem este alerta.
O “Unity Explorer” pertence a uma empresa do Reino Unido que tem entre seus executivos o cidadão britânico Dan David Ungar, filho de braham “Rami” Ungar, bilionário israelense do setor de exportações marítimas.
Rebeldes Houthis
O Movimento Houthi é uma organização política e militar islâmica xiita nascida no Iêmen, na década de 1990, e tem suas raízes ligadas às tribos Houthis que vivem no norte do país. O grupo tem ligações com o Hezbollah, no Líbano, e é suspeito de receber financiamento extraoficial do governo do Irã para combater aliados da Arábia Saudita.
Desde o início do confronto entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, o movimento tem manifestado solidariedade ao povo palestino e organizado protestos no Iêmen contra as ofensivas conduzidas pelo exército israelense.
Com informações da Associated Press (AP).