‘Não descansaremos sem a anistia’, diz Valdemar após reunião com relator
Presidente do PL afirmou que legenda fará 'de tudo' para reverter 'condenações injustas'; Paulinho da Força garantiu que texto tratará de redução de penas
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se reuniu nesta terça-feira, 30, com o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de anistia, e disse que as lideranças do partido não descansarão e farão “de tudo” para que o perdão aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro saia do papel.
“Nossa prioridade é o povo brasileiro. Nós não descansaremos enquanto não aprovarmos a anistia aos presos políticos do 8 de Janeiro”, publicou Valdemar, acompanhado na hashtag “Anistia Já”.
“Nós faremos de tudo para que a anistia saia do papel e contemple os inocentes”, prosseguiu o cacique em outra publicação, ao lado de aliados, acrescentando que o projeto é “muito importante” para que as “condenações injustas” do 8 de Janeiro sejam revertidas.
Ao final do encontro, Paulinho da Força conversou com jornalistas e deixou claro que o projeto — batizado de PL da Dosimetria — tratará da redução de penas, e não abarcará uma anistia “ampla, geral e irrestrita” — algo que tem sido defendido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Continuo minha peregrinação aqui (…) explicando as possibilidades desse projeto de dosimetria, pra reduzir as penas. E para que a gente possa tirar essas pessoas que estão na cadeia presas. E também aqueles que estão em casa, e aqueles que saíram do país. Continuo defendendo essa minha tese, de apresentar um relatório nessas condições, e espero que convença aqui o PL”, disse o relator.
Além de Valdemar e Paulinho da Força, participaram da reunião o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o primeiro vice-presidente nacional da legenda, deputado Marcio Alvino (PL-SP), o tesoureiro nacional do Solidariedade, Jefferson Coriteac, e o ex-vereador paulistano Waldir Junior.
Prazo em aberto
Questionado sobre o prazo para apresentação do relatório, o relator afirmou que não há ainda uma data prevista, mas que o texto depende da conclusão das conversas com partidos e personalidades — após a reunião na sede do PL, ele teria encontros com integrantes do PSD e do PCdoB — e com um alinhamento junto ao Senado. Esta última “frente” de atuação, segundo ele, estaria sendo articulada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Paulinho brincou e disse que o relatório não será como “o do Fux” — em menção ao longo voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista — e disse que o texto será “curto e grosso”.
“Esse relatório é um negócio muito simples. Não é o relatório do Fux, é um negócio bem curto e grosso. De redução, de mexer em duas ou três penas, e se pacificar o país”, declarou.
Mais cedo nesta terça, 30, Paulinho da Força disse, em encontro com sindicalistas, que o momento atual é de se esperar “a poeira baixar”, e também não deu um prazo para que aconteça a votação da proposta. Segundo o deputado, é preciso “conversar” e alinhar a estratégia, sobretudo com o Senado, na esteira da derrota da PEC da Blindagem na Casa.
Bolsonaro ‘insatisfeito’
O encontro entre as lideranças aconteceu um dia após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar que o PL da Dosimetria “não satisfaz” o ex-presidente Jair Bolsonaro. Tarcísio visitou o aliado em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar.
O entorno do ex-presidente tem defendido a anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados nos atos, enquanto o PL da Dosimetria trata apenas da redução de penas, inclusive a Bolsonaro.
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