Oferta Relâmpago Democracia: apenas R$ 5,99/mês

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Na despedida de Dino, Lula não responde a perguntas sobre segurança

'Eu não vou responder', disse o presidente antes de entrevista ao lado de Dino e Lewandowski, quando pediu perguntas apenas para o ministro de saída

Por Da Redação Atualizado em 8 Maio 2024, 16h27 - Publicado em 31 jan 2024, 12h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Brasília (DF), 11/01/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
    O presidente Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça e Segurança Pública - (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    Em evento que marcou o último dia de Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça — na quinta-feira, 1, tomará posse no cargo o ex-ministro do Supremo Ricardo Lewandowski –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a responder a perguntas sobre o tema da segurança pública, um dos que mais pressionam o seu governo. Na coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 31, no Palácio do Planalto, o petista pediu que os questionamentos fossem destinados somente a Dino. “Aviso com antecedência que as perguntas serão para ele [Dino] e somente ele responderá. Eu não vou responder, José Múcio não é ministro da Justiça e o Lewandowski só pode responder a partir de amanhã, quando ele for ministro da Justiça”, afirmou Lula ao lado do ministro da Defesa e do sucessor de Dino.

    Durante o evento, o presidente pediu que o discurso ocorresse no púlpito porque “fica mais bonito e vai chamar mais atenção” e fez um comentário humorístico sobre reivindicações de aumento de salário por agentes da Polícia Federal — o tom descontraído foi o mesmo adotado no último dia 11, em cerimônia que confirmou o nome de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça, quando brincou sobre a esposa do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e comparou suas nomeações a cargos na pasta a uma escalação de time de futebol. Do mesmo modo, naquela ocasião, não falou nada sobre segurança pública.

    Após a apresentação de Dino, Lula decidiu comentar brevemente os planos do governo federal de combate à violência, mas saiu sem responder a questionamentos dos repórteres.

    “Diagnósticos errados”

    Ao apresentar o balanço de sua gestão à frente do ministério, Dino reconheceu que segurança pública é uma preocupação generalizada hoje no país, mas criticou a frequência de “diagnósticos errados” do tema que prejudicam o debate. “Por exemplo: ‘o Brasil não tem plano nacional de segurança pública’ – isso é um erro. Eu leio que ‘o Brasil tem 850 mil presos’, o número não é esse”, afirmou. Atualmente, segundo os dados mais recentes do governo federal, a população carcerária do país é de aproximadamente 650 mil detentos.

    O ministro reforçou, ainda, que seu foco no combate à criminalidade é a “descapitalização” do crime organizado, através do corte de rotas de financiamento do narcotráfico e de canais de comunicação dentro dos presídios usados por grupos como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Combate ao crime organizado não é sair dando tiro a esmo, não é invadir bairros populares e fuzilar idosos, crianças e mulheres. Isso é alimentar o ódio, e isso não é eficiente”, declarou Dino.

    Continua após a publicidade

    Tema espinhoso

    Essa postura de não falar sobre segurança pública tem sido uma constante. O tema, que gera apreensão no governo federal, certamente estará entre as pautas centrais das eleições municipais de 2024 — reportagem de VEJA mostra que reverter a avaliação negativa do Planalto no combate à violência e às facções criminosas será um dos principais desafios de Lewandowski à frente do Ministério da Justiça.

    Pesquisas recentes indicam que a segurança pública tornou-se a área do governo Lula com pior percepção de resultados, sendo citada frequentemente como a maior preocupação atual dos brasileiros. Seis em cada dez brasileiros disseram ao Datafolha sentir medo de andar nas ruas. O mesmo instituto apontou em dezembro que 50% dos entrevistados consideravam ruim ou péssima a gestão Lula na segurança, enquanto 29% a avaliavam como regular e só 20%, como ótima ou boa.

    Alguns crimes subiram no atual governo, como estupro (16%) e feminicídio (2,3%). O número de homicídios teve leve queda (3,2%), mas o altíssimo número de mortes não permite comemorar. Entre janeiro e outubro foram 31 000 assassinatos — mais do que o número de mortos nos conflitos em Gaza (20 000) e Ucrânia (10 000). Também há preocupação com a alta letalidade policial, que deixou 5 200 mortos no ano passado.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.