MS: diretor de agência é suspeito de tentar comprar denúncia contra rival
Carlos Alberto de Assis, do PSDB do governador Reinaldo Azambuja, aparece em mensagens tentando comprar depoimento de mulher contra Marquinhos Trad (PSD)
O diretor da Agência de Regulação do Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto de Assis, filiado ao PSDB, é suspeito de oferecer 1.000 reais e um emprego na gestão estadual em troca de provas contra o ex-prefeito de Campo Grande e atual candidato ao governo Marquinhos Trad (PSD). As ofertas ocorreram via mensagem de texto, às quais VEJA teve acesso.
A conversa começa com uma pessoa falando para Assis que precisaria falar com ele sobre “os assédios do Marquinhos” e que “teria provas”. Na sequência, o diretor diz que o assunto lhe interessaria e afirmou que poderia pagar 1.000 reais. Do outro lado da conversa, a mulher achou o valor irrisório. Em resposta, o tucano disse que poderia oferecer também um emprego na administração pública.
Veja a conversa abaixo. Procurado, Assis não quis se pronunciar.
Esta não é a primeira vez que Assis é acusado de oferecer dinheiro em troca de informações contra o adversário. Recentemente, uma mulher, em vídeo, disse que Assis, que é um articulador do PSDB no estado, teria oferecido 150 mil reais por vídeos ou conversas que pudessem comprometer o candidato do PSD. O PSDB, do governador Reinaldo Azambuja, tem como candidato ao governo o ex-secretário Eduardo Riedel.
Voltas e reviravoltas
No mês passado, Trad se tornou alvo de uma investigação da Polícia Civil sobre supostos abusos sexuais ocorridos em 2020, quando ele ainda estava no cargo de prefeito. O agora candidato nega as acusações, feitas por ao menos três mulheres em depoimento à Polícia Civil. Segundo Trad, as investigações começaram depois que ele criticou uma operação policial no estado, o que teria motivado até ameaças por parte do delegado Antônio Carlos Videira, atual secretário de Segurança Pública.
Na mesma semana, uma das mulheres ouvidas pela Polícia Civil firmou uma declaração em cartório segundo a qual a acusação é falsa e que ela recebeu 2.000 reais para fazê-la. Segundo o relato registrado em cartório, ao qual VEJA teve acesso, a testemunha, que afirma ser garota de programa, disse que ela e outras duas colegas foram procuradas por adversários de Trad durante uma festa com a oferta de dinheiro para que acusassem o candidato do PSD de assédio sexual.
Em junho, pesquisa RealTime Big Data mostrou Marquinhos Trad com 22%, seguido pelo ex-governador André Pucinelli (MDB), com 21%, e a deputada federal Rose Modesto (União Brasil), com 15%. Os três estavam empatados dentro da margem de erro, de três pontos. Riedel aparece abaixo do trio, com 8% das intenções de voto.