Michelle defende anistia e diz que Bolsonaro é grande líder da direita
Caminhada pela anistia acontece em Brasília, em meio à fragmentação da direita aliada ao ex-presidente por seu espólio eleitoral

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou, nesta terça-feira, 7, a favor da anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados pelo 8 de Janeiro e defendeu que Jair Bolsonaro é o “grande líder da direita” atualmente no Brasil.
As falas se deram durante a “Caminhada pela anistia”, que aconteceu em Brasília. No carro de som do evento, Michelle criticou a dosimetria das penas — alternativa de redução do tempo de condenação que tem sido cotada pelo relator do projeto para os envolvidos nos atos.
“Não dá pra falar que a anistia é inconstitucional. A dosimetria não é constitucional. Não vai apagar o passado dessas pessoas, não vai tirar a dor, o drama, desses homens e mulheres que estão presos”, disse. “Apenas a anistia geral, ampla e irrestrita vai pacificar, vai trazer a paz para a nossa nação e vai apaziguar o sofrimento dessas famílias”, prosseguiu.
Participam do ato aliados como o pastor Silas Malafaia, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada.
A ex-primeira-dama criticou a prisão de Bolsonaro — o qual, afirmou, “continua preso sem nenhuma denúncia” –, disse haver uma perseguição “nunca vista” no país e reafirmou a liderança do ex-presidente na direita.
“Jair Messias Bolsonaro é o grande líder do Brasil, o grande líder da direita. Foi o homem que governou, que não se corrompeu, não cometeu nenhum crime, não roubou os velhinhos”, declarou, acrescentando que seu entorno continuará “lutando”.
Michelle ainda ironizou os atos realizados pela esquerda contra a PEC da Blindagem, no mês passado, que contaram com a participação de diversos artistas, entre eles Caetano Veloso e Gilberto Gil. “A gente não precisa trazer famoso pra lotar as ruas, aqui é orgânico”, disse.
Direita rachada
As declarações de Michelle se dão em um momento em que não apenas a pauta da anistia está travada no Congresso, mas em que também líderes da direita começam a expor rachas dentro do próprio campo pela sucessão de Bolsonaro nas urnas nas próximas eleições.
Em meio às brigas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o líder Sóstenes Cavalcante, e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, receberam autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para visitar Bolsonaro.
Nos últimos dias, Nogueira trocou farpas com Ronaldo Caiado (União Brasil), um dos pré-candidatos na corrida ao Planalto. O governador de Goiás criticou publicamente o cacique do PP por dizer que Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Júnior (PSD) seriam os únicos nomes aptos a receber a “bênção” do ex-presidente.