Máfia das apostas: delator deverá citar atletas que atuam no exterior
Primeiro acordo fechado pelo MP de Goiás foi com um dos líderes da quadrilha
O Ministério Público de Goiás firmou um acordo de colaboração premiada com o ex-atleta Bruno Lopez de Moura, o BL, um dos acusados de liderar um esquema de manipulação de resultados de partidas de futebol, conhecido como “máfia das apostas”. Preso em abril deste ano, BL recebeu este mês o direito a responder aos crimes em casa. Outros dois detidos, Romário Hugo dos Santos, o Romarinho, e Thiago Chambó Andrade continuam em prisão preventiva.
Na última segunda, 21, o juiz Alessandro Pereira Pacheco negou um pedido de liberdade a Romarinho e justificou com o fato de ele não ter colaborado com as investigações. “Importante ressaltar que, ao contrário do alegado pela defesa, não há identidade de situações entre os corréus considerando que Bruno Lopez de Moura contribuiu em autos próprios, de forma voluntária e ativa com o deslinde de diversos fatos, inclusive, no âmbito de colaboração premiada, por meio da qual assumiu obrigações e contribuiu ativamente com o esclarecimento dos fatos criminosos e da própria engrenagem e funcionamento da organização criminosa, o que demonstrou, a princípio, a efetiva intenção por parte dele de cessar a reiteração delitiva e de não obstaculizar a instrução processual em trâmite, o que não ocorreu em relação ao requerente”, afirmou o magistrado.
As conversas de BL com os promotores, durante o período no cárcere, assim como novas oitivas que serão marcadas, deverão levar o MP de Goiás a realizar novas operações contra jogadores que participaram do esquema. Desta vez, atletas que atuam no exterior deverão entrar no alvo da Justiça.
A delação de Bruno ainda não foi homologada e está em segredo de Justiça.