Lula e o Holocausto: como a esquerda tenta justificar o injustificável
Petistas e aliados passam vergonha nas redes tentando emplacar uma reinterpretação da fala desastrosa do presidente
A repercussão da lamentável e desastrosa declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que ele comparou a ofensiva de Israel contra o Hamas ao Holocausto levou aliados e políticos da esquerda ao difícil exercício de tentar justificar o injustificável. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, tomou a linha de frente no esforço de criar uma interpretação mais amena da fala absurda. “As palavras do presidente Lula foram claramente dirigidas ao governo de extrema direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu”, publicou a deputada nas redes sociais.
As palavras do presidente @LulaOficial sobre o extermínio da população de Gaza foram claramente dirigidas ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu. Nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino,…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 18, 2024
Outra tentativa de reinterpretar os comentários de Lula veio do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta – também pelas redes sociais, ele condenou a réplica de Netanyahu contra o presidente brasileiro como “fake news”. “As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos”, acrescentou.
O ministro da defesa de Israel divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil…
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) February 18, 2024
Além de Gleisi e Pimenta, as manifestações de apoio a Lula vieram de uma série de aliados e correligionários, como os deputados federais Érika Kokay (PT-DF), Lindbergh Farias (PT-RJ), José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Também se manifestaram os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) – entre ontem e esta segunda-feira. Os demais chefes da Esplanada dos Ministérios se calaram sobre as declarações do presidente, o que certamente é a atitude mais sábia do momento, pois, no mínimo, de boca fechada, evitam se juntar ao cordão da vergonha.
É sempre bom lembrar: criticar Netanyahu e seu governo não é a mesma coisa que criticar a população de Israel, muito menos a religião judaica.
— Erika Kokay (@erikakokay) February 18, 2024
Netanyahu afirmou que “Lula deveria sentir vergonha de si mesmo”. Será que quem é responsável por um governo que matou mais de 10 mil crianças palestinas não deveria sentir vergonha? Ele sente orgulho do que está fazendo, em nome de uma suposta “autodefesa”? Lula está defendendo…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) February 19, 2024
O presidente @LulaOficial está correto ao denunciar os abusos cometidos pelo governo de extrema direita de Israel contra o povo palestino. São cenas chocantes e cruéis até mesmo contra crianças.
— José Guimarães (@guimaraes13PT) February 19, 2024
https://twitter.com/jandira_feghali/status/1759309820312563857
A declaração de Lula sobre o genocídio promovido por Israel contra a Palestina foi corajosa e necessária. Netanyahu, primeiro ministro israelense de extrema direita e agente do apartheid, agora tenta chantagear e ameaçar o governo brasileiro, porque sabe que a posição do Brasil… pic.twitter.com/AqgG6I4VP1
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) February 18, 2024
O embaixador de Israel no Brasil preferiu dar tratamento político ideológico quando eclodiu o conflito com o Hammas. Não se reuniu com o governo brasileiro, abrindo mão das vias diplomáticas. Pelo contrário, buscou consolo na extrema direita liderada por Jair Bolsonaro.
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) February 19, 2024
A fala do PR @LulaOficial sobre o que está acontecendo em Gaza é corajosa e necessária. Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentive outros países a condenarem a desumanidade que estamos vendo dia após dia.
— Sonia Guajajara (@GuajajaraSonia) February 18, 2024