Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Linguagem neutra nas escolas volta à pauta do Supremo

Na sexta-feira, tribunal começa a analisar ação de movimentos LGBT+ contra lei que proíbe o ensino de termos considerados inclusivos

Por Bruno Caniato 31 out 2024, 11h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na próxima sexta-feira, 1º, o Supremo Tribunal Federal (STF) dá início a um novo julgamento envolvendo o ensino de linguagem neutra nas escolas brasileiras. O processo é relatado pelo ministro Gilmar Mendes e a análise ocorre, inicialmente, no plenário virtual da Corte até o dia 11 de novembro.

    A ação em julgamento, movida por ativistas dos direitos de pessoas LGBT+, questiona uma lei municipal de Votorantim, no interior de São Paulo, que proíbe o “emprego de linguagem que, corrompendo as regras gramaticais, pretendam se referir a ‘gênero neutro'” em todas as escolas públicas e privadas do município.

    A legislação entrou em vigor em maio do ano passado; o texto da lei veta expressamente a discussão de “novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa” nas instituições locais de ensino, argumentando que a linguagem neutra não é prevista pela norma culta da língua portuguesa prevista nas diretrizes nacionais de educação.

    ‘Espantalho tradicional’ para discriminação

    O processo em questão — a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 1.166 — foi enviado ao STF por duas organizações ligadas ao ativismo pela diversidade sexual e de gênero: Aliança Nacional LGBTI+ e Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH).

    Na peça, as entidades argumentam que a linguagem neutra é corriqueiramente adotada por comunidades de pessoas transgênero ou não-binárias como “formas além das masculina e feminina para marcá-los no português brasileiro”. Os autores afirmam que as flexões de gênero inclusivas são manifestações legítimas de liberdade de expressão e combate ao preconceito.

    Continua após a publicidade

    A ação acrescenta que não há, por parte da comunidade LGBTI+, “nenhuma pretensão de impor” o ensino da linguagem neutra ou cobrá-la em provas como concursos públicos ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para as organizações, a lei aprovada em Votorantim não seria uma medida de “proteção” da norma culta do português, mas um “espantalho tradicional” criado para “atacar grupos historicamente marginalizados”.

    PGR e AGU defendem suspensão da lei

    Em parecer enviado ao Supremo, a Advocacia-Geral da União (AGU) se mostra favorável a suspender a lei municipal de Votorantim. No documento, assinado pelo advogado-geral Jorge Messias, o órgão avalia que as diretrizes curriculares sobre a língua portuguesa são de competência federal, não cabendo ao município legislar sobre elas. “Quanto à padronização da linguagem na Administração Pública, o diploma normativo municipal resguarda a utilização da linguagem culta em atos e documentos oficiais”, acrescenta a peça.

    O entendimento é compartilhado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ao reforçar que a legislação municipal “avança sobre a competência da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação”. O procurador-geral, Paulo Gonet, ressalta na manifestação que não vê risco de alteração da linguagem usada em documentos oficiais.

    Desde maio deste ano, o STF suspendeu ao menos três leis — uma estadual, no Amazonas, e duas municipais, em Goiás e Minas Gerais — que também visavam à proibição do ensino da linguagem neutra em escolas, a partir da mesma argumentação de que a discussão cabe exclusivamente à União e que não há prejuízo à norma culta. “Todas as pessoas são livres para se expressar como desejarem, em suas vidas privadas, liberdade insuscetível de eliminação, salvo a configuração de crime, o que evidentemente não é o caso da linguagem neutra”, escreveu o ministro Flávio Dino em uma das decisões.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.