A Justiça do Ceará condenou o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) a pagar uma indenização de 100 mil reais ao ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB). O valor é cobrado por danos morais e se refere a comentários ofensivos que Ciro publicou em sua página no Facebook contra Eunício em 2014, quando o emedebista era candidato ao governo do estado. À época, Ciro escreveu na rede social que Eunício era “o corrupto que queria comprar o governo do Ceará” e o classificou como o “maior corrupto da história moderna do Ceará”.
A sentença foi emitida pelo magistrado Gerardo Magelo Facundo Junior no dia 30 de abril, mas só foi publicizada nesta segunda-feira, 10. Na decisão, o juiz afirma que Ciro é responsável pelos comentários que posta no Facebook e que ofensas de ordem pessoal são “absolutamente reprováveis”. O magistrado declara que é necessário ter moderação ao realizar eventuais críticas à atuação profissional e que não havia investigações por corrupção em andamento contra o emedebista na época em que as postagens foram publicadas.
Ciro já havia sido condenado a pagar 7 mil reais a Eunício em junho de 2018 por dizer que a campanha do emedebista ao governo cearense tinha usado “o dinheiro fácil da corrupção”. Durante a última eleição presidencial, o pedetista afirmou que só “picaretas” e “assaltantes” tinham acionado a Justiça para processá-lo e citou nominalmente Eunício, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) e o ex-presidente da República Michel Temer (MDB).
Eunício afirmou que doará o valor da nova indenização para ações de combate às drogas. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Ciro, mas não obteve um retorno até a publicação desta reportagem.
O pedetista já anunciou que disputará a Presidência da República na eleição de 2022. Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que rivalizará com Ciro no próximo pleito, se encontrou com Eunício em Brasília para discutir cenários eleitorais. Eunício e Ciro são desafetos históricos e disputam há anos o eleitorado do Ceará, o principal reduto de votos do pedetista.