Justiça coloca no banco dos réus PM que jogou homem de viaduto
Luan Felipe Alves Pereira responde por tentativa de homicídio qualificado; Tribunal de Justiça lhe concedeu habeas corpus para permanecer em liberdade

A Justiça de São Paulo colocou no banco dos réus o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, acusado do crime de tentativa de homicídio qualificado ao jogar um homem de cima de um viaduto no Jardim Vilas Boas, na zona sul da capital paulista, durante uma abordagem policial.
O militar chegou a ser preso preventivamente, mas conseguiu há pouco mais de uma semana um habeas corpus no Tribunal de Justiça, que lhe permitirá responder às acusações em liberdade.
A decisão é da juíza Julia Gonçalves Cardoso, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, e a denúncia, do promotor de Justiça Vinicius Rodrigues França. O homem que foi jogado do viaduto não morreu e deverá ser ouvido no processo na qualidade de vítima do crime. No entanto, ele ainda não foi localizado.
O episódio aconteceu no dia 3 de dezembro e teve repercussão nacional, abrindo uma crise na segurança pública do estado de São Paulo que ganhou a atenção do governo federal. Segundo consta nas investigações, o homem que foi jogado da ponte é um manobrista de 25 anos que tentou fugir de uma abordagem policial.
Quando foi pego, teria levado golpes de cassetete na cabeça e nas costas, até que um dos policiais (possivelmente Pereira) o levou até a beira da ponte e disse “ou você pula da ponte ou eu jogo você daqui”. Depois de ser arremessado, o jovem caiu em um córrego e fugiu por uma trilha.
Pereira foi preso dias depois, ainda em dezembro, mas só foi colocado em liberdade agora. A ação do tribunal do júri é um dos processos criminais mais complexos. Só nas últimas etapas do julgamento é que uma equipe de jurados vai decidir se ele é culpado ou inocente. A juíza do caso é quem decidirá, se houver condenação, o tamanho da pena.
Para o crime de homicídio qualificado, a pena máxima é de trinta anos, mas esse limite é reduzido de um a dois terços por conta de, no caso de Pereira, não ter se consumado.