O empresário Renato Antonio Bolsonaro, irmão do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi exonerado do cargo de chefe de gabinete de Miracatu, no Vale do Ribeira, em São Paulo. A publicação no Diário Oficial da cidade paulista ocorreu na quinta-feira, 4, com data retroativa de 2 de agosto, uma terça-feira, mesmo dia em que VEJA entrou em contato com a administração do município durante a apuração de uma reportagem sobre a influência de Renato no governo — leia a matéria completa aqui. O pedido de entrevista não foi respondido.
A reportagem mostrou que o irmão do presidente é o principal articulador para a construção de pontes com o governo federal. Entre 2020 e 2022, a cidade recebeu nada menos que 72,1 milhões de reais da União para reformas, obras viárias e de infraestrutura e compra de máquinas e equipamentos. Mais 12,6 milhões de reais chegaram via emendas do chamado orçamento secreto. O total somado supera as receitas anuais regulares da prefeitura (81 milhões de reais). Por enquanto não há nenhuma evidência de mau uso desse dinheiro.
Agora que não é mais funcionário da prefeitura, Renato, que recebia um salário de 7.000 reais por mês, vai poder se dedicar mais à candidatura a deputado federal do amigo e assessor do presidente, Mosart Aragão (PL). Em julho, o irmão de Bolsonaro se ausentou da cidade na hora do expediente e caiu na estrada. Em uma das viagens ao lado de Aragão, percorreu mais de 600 quilômetros para ir e voltar de Itararé, na divisa com o Paraná. Também esteve, em dias úteis, em Ribeirão Branco, Ubatuba, Caraguatatuba e Bertioga.