Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Investigação contra Salles começou com documentos da Embaixada dos EUA

Americanos também entregaram  amostras de madeiras apreendidas no país para perícia

Por Juliana Castro Atualizado em 19 Maio 2021, 11h05 - Publicado em 19 Maio 2021, 10h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A investigação que culminou com a operação da Polícia Federal desta quarta-feira, 19, contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, entre outros alvos, teve início com documentos fornecidos pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A apuração começou em janeiro deste ano, quando o chefe da Divisão de Repressão a Crimes Ambientais da PF (DMAPH) Rubens Lopes da Silva, encaminhou à Delegacia de Investigação e Combate ao Crime organizado (DRCOR) no Distrito Federal documentos produzidos especialmente por Bryan Landry, adido do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos da América, uma espécie de Ibama americano. Neles, Landry informava sobre uma apreensão, no dia 10 de janeiro do ano passado, de três contêineres de produtos florestais sem a respectiva documentação, no Porto de Savannah, no Estado da Geórgia. A Embaixada do Estados Unidos também forneceu à PF amostras das madeiras apreendidas pelas autoridades norte-americanas para perícia.

    A documentação indicava que a carga vinha de uma empresa do Pará com destino a uma companhia da Carolina do Norte. Foi identificada a falta de documentação do Ibama ou de outra agência de controle ambiental. Por isso, o órgão americano pediu ao Ibama a confirmação relativa à legalidade dos embarques da madeira. A resposta veio em um documento do Ibama em Belém, que informou que as cargas não foram analisadas pelo setor competente, que informações falsas foram inseridas no sistema oficial de controle e que a empresa exportou a madeira sem manifestação ou autorização prévia.

    Em 5 de fevereiro de 2020, no entanto, o órgão americano recebeu documentos da Superintendência do Ibama no Pará no sentido contrário e da empresa americana na tentativa de garantir a liberação da carga apreendida. Em 21 de fevereiro daquele ano, Landry e representantes da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília se reuniram com o presidente do Ibama para discutir as comunicações conflitantes e entender os requisitos do órgão para exportação. Quatro dias depois, os norte-americanos receberam a cópia do decreto editado pelo presidente do Ibama no ano passado que afrouxou as regras para a exportação de madeira. A comunicação informava que o documento de origem florestal (DOF) de Exportação era suficiente para exportar madeira nativa do Brasil. Esse decreto foi suspenso pela decisão do ministro do STF que autorizou a ação desta quarta-feira.

    Continua após a publicidade

    Em documento enviado às autoridades brasileiras, Landry manifestou “preocupações com relação a possíveis ações inadequadas ou comportamento corrupto” por representantes da empresa americana “e/ou funcionários públicos responsáveis pelos processos legais e sustentáveis que governam a extração e exportação de produtos de madeira da região amazônica”.

    “Assim, a documentação encaminhada pela autoridade policial traz fortes indícios de um encadeamento de condutas complexas da qual teria participação autoridade com prerrogativa de foro – Ministro de Estado – , agentes públicos e pessoas jurídicas, com o claro intuito de atribuir legalidade às madeiras de origem brasileira retidas pelas autoridades norte-americanas, a revelar que as investigações possuem reflexos transnacionais”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes em decisão que permite a deflagração da operação.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.