A taxa de alfabetização dos brasileiros caiu de 9,6% para 7% em doze anos, segundo dados do Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, 17.
Dos 163 milhões de pessoas de 15 anos de idade ou mais, 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam. Assim, a taxa de alfabetização foi de 93% em 2022 e a de analfabetismo foi de 7%. No Censo 2010, as taxas eram de 90,4% e 9,6%, respectivamente.
A taxa de analfabetismo no Nordeste caiu para 14,2%, mas continua sendo o dobro da média nacional (7,0%). Além disso, pessoas de 65 anos ou mais na região têm índice de analfabetismo 3,5 vezes maior do que o registrado na região Sul para o mesmo grupo etário.
O Sul tem maior taxa de alfabetização (96,6%) seguido pelo Sudeste (96,1%), Centro-Oeste (94,9%) e Norte (91,8%). Entre os estados, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo têm os melhores índices. Alagoas ocupa o último lugar do ranking.
As taxas de analfabetismo de pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais do dobro da taxa dos brancos (4,3%). Apesar disso, a diferença caiu de 8,5% para 5,8% em doze anos. Para os indígenas (16,1%), é quase quatro vezes maior, mas também caiu de 17,4% para 11,7%.
Municípios
Os números do IBGE também mostram que a taxa de analfabetismo em pequenos municípios é quatro vezes maior do que a de cidades com mais de 500.000 habitantes.
“A alfabetização é de responsabilidade dos municípios e está diretamente relacionada aos recursos que os municípios têm para investir em educação. A taxa de analfabetismo é menor nos municípios acima de 100 mil habitantes porque eles dispõem de mais recursos e infraestrutura para educação, além de outros fatores como localização, idade média e áreas urbanas ou rurais”, explica Betina Fresneda, analista da pesquisa.
As maiores taxas de analfabetismo estão no Nordeste, em cidades de até 10 mil habitantes, todas do Piauí – Floresta do Piauí (34,7%), Aroeiras do Itaim (34,6%), Massape do Piauí (34,3%), Paquetá do Piauí (34,3%) e Padre Marcos (34,0%).