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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Governo está fazendo o que pode na área ambiental, diz presidente do Ibama

Rodrigo Agostinho diz que desmatamento autorizado pelos estados no Cerrado dificultam ações federais

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2024, 12h29 - Publicado em 8 jul 2024, 11h58
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  • O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o governo federal está “fazendo o que pode” na área ambiental. A gestão enfrenta um momento conturbado, com incêndios no Pantanal, greve dos servidores ambientais e números preocupantes de desmatamento no Cerrado, como mostra reportagem de VEJA na edição desta semana

    Em 2023, o ritmo do desmatamento no Cerrado ultrapassou o da Amazônia pela primeira vez, totalizando mais de 1 milhão de hectares e aumento de 67,7% em relação a 2022, segundo levantamento do Mapbiomas. No entanto, dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados na quinta-feira apontam tendência de queda do desmatamento em 2024, com redução de 15% nos alertas no primeiro semestre.

    “Uma parte significativa desse desmatamento é autorizado pelos estados. Isso complica muito as nossas ações. Acho que o governo está fazendo o que pode na área ambiental’, afirma Agostinho. “O Cerrado é a grande caixa d’água do Brasil. A gente precisa convencer os setores de que o Cerrado precisa ser mantido em pé, sob pena do agro não ter água para produzir”, acrescenta. 

    Segundo o presidente do Ibama, além do plano de prevenção do desmatamento (PPCerrado), há um diálogo com os estados para que revejam seus sistemas de autorização e sejam mais criteriosos. 

    Pantanal

    Agostinho também comentou as queimadas no Pantanal. O governo montou uma sala de situação coordenada pela Casa Civil, colocou cerca de 500 funcionários em campo, incluindo brigadistas do Ibama, integrantes da Força Nacional e bombeiros, além de catorze aeronaves e oito embarcações. Lula também assinou um pacto com governadores para combater os incêndios.

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    “Alguns incêndios que aconteceram em fazendas a gente está investigando com a Polícia Federal. A gente não descarta que possam ter incêndios criminosos. O fogo está muito concentrado em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. É o município que tem as maiores taxas de desmatamento do Pantanal dos últimos anos. Então, isso também está sendo avaliado. A gente não tem como acusar absolutamente ninguém, mas se a Polícia Federal encontrar responsáveis, serão indiciados”, declarou. 

    Greve

    No dia 1º de julho, os servidores do Ibama entraram em greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A categoria está mobilizada desde janeiro, quando suspendeu a maioria das ações de fiscalização, focando apenas em atividades internas e burocráticas. A negociação com o governo federal já dura nove meses.

    Segundo Agostinho, a paralisação afetou setores estratégicos, principalmente de atendimento ao público, importação e exportação de produtos e licenciamento. “É uma greve que começou com muita força na segunda-feira. A gente está bastante ansioso, com muita esperança de que saia um acordo nos próximos dias”, disse. 

    Na sexta-feira, 5, a greve foi suspensa por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão atendeu um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que argumenta que as atividades são de caráter essencial.

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