O governo federal adiou a solenidade de lançamento do Plano Safra, série de medidas de incentivo aos produtores rurais para a próxima temporada por meio de linhas de crédito, que estava marcada para esta quarta-feira, 25. A nova previsão é que o lançamento ocorra no dia 3 de julho. O adiamento foi criticado pela Frente Parlamentar Agropecuária, que, em nota, lamentou a decisão e afirmou ser “uma total demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal”.
A decisão de adiamento foi tomada após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). A expectativa era de que o plano seria anunciado logo em seguida. Após a reunião, no entanto, Teixeira anunciou o adiamento e afirmou a jornalistas que foi decidido para que seja preparada uma cerimônia “bonita” para a imprensa “tirar foto”.
Por trás da versão oficial, entretanto, há divergências internas em relação às condições oferecidas pelo Plano. Lula pretende anunciar valor superior a 510 bilhões de reais em recursos para financiamento da agricultura familiar e empresarial. Seria um incremento em relação ao ano passado, quando foram anunciados 364,22 bilhões de reais. Segundo fontes do governo, no entanto, ainda há ajustes a serem feitos.
Este é o segundo adiamento do lançamento do Plano Safra. Na terça-feira passada, 18, o ministro Fávaro anunciou que a cerimônia de lançamento do plano seria nesta semana, em Rondonópolis (MT), cidade importante do agronegócio. O local da cerimônia, no entanto, foi alterado por receio de integrantes do governo de manifestações contrárias ao presidente, uma vez que a região escolhida é considerada de maioria bolsonarista.
Em nota, a FPA afirmou que, com o adiamento, os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira vigência do plano. “Ou seja, todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores”.
Confira a integra da nota da FPA
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) lamenta profundamente o adiamento do Plano Safra 2024/25, numa total demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal. Importante ressaltar que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano, ou seja, todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores.
Uma sinalização preocupante do governo federal diante da crise enfrentada pelo setor e da sanha arrecadatória carimbada pela atuação do governo federal na taxação do setor agropecuário, em detrimento do controle de gastos públicos no Brasil.