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Em evento sobre educação, Lula pede voto para a esquerda e ataca Bolsonaro

Presidente discursa contra a extrema direita e a pauta de costumes e pergunta se os professores 'não têm condições de eleger um vereador em cada cidade'

Por Adriana Ferraz Atualizado em 8 Maio 2024, 16h29 - Publicado em 30 jan 2024, 13h40

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a sua participação na Conferência Nacional de Educação 2024 para pedir aos professores e estudantes presentes que elejam vereadores e prefeitos comprometidos com as pautas da esquerda nas eleições deste ano. Durante discurso, o petista alertou sobre o crescimento da extrema direita em todo o mundo e afirmou que seu antecessor, Jair Bolsonaro, não sabe sequer soletrar a palavra democracia porque nunca praticou o que ela representa.

“É importante a gente lembrar que somos minoria no Congresso Nacional. A chamada esquerda toda não tem 120 deputados, de 513. E este ano terá eleição para vereador, para prefeito. Qual será o nosso papel nestas eleições? Será que os professores do Brasil inteiro não têm condições de eleger um vereador em cada cidade?”, provocou Lula, sob aplausos. “É importante ter em conta que tudo o que a gente deseja passa pela política e estamos percebendo o crescimento da extrema direita, do ódio, do preconceito, da negação das coisas”, alertou.

Bolsonarismo x esquerda

Sem citar diretamente parlamentares bolsonaristas, o presidente comentou ter gente que não aceita o fato de ele ter vencido as eleições e estar governando. “Tem gente que não aceita nem o fato de a gente estar realizando o Conae.” Desde domingo, quando o evento teve início na Universidade de Brasília, deputados e senadores têm usado as redes sociais para criticar os temas em debate — leia matéria aqui.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), por exemplo, escreveu que os conservadores, como ela, estão unidos e em alerta diante do encontro promovido pelo governo Lula e do conteúdo do documento-referência.  “É perceptível no documento tendências ideológicas contrárias ao pensamento conservador, o que denota o caráter antidemocrático da Conae. O texto propõe a desmilitarização das escolas, critica a prática de homeschooling (ensino domiciliar) e orienta contra o movimento Escola Sem Partido, chamando nossas ideias e posições políticas de ultraconservadoras”, reclamou.

Políticos de direita de todo o país também têm classificado como “grave” a fala da reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão. Na abertura da Conae, ela destacou o orgulho da UnB de ter Paulo Freire entre seus doutores honoris causa. O educador e filósofo brasileiro, criador e defensor da pedagogia crítica, é contestado por bolsonaristas e chegou a ser chamado de “energúmeno” pelo ex-presidente.

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Damares destacou ainda que o Conae apenas aponta as diretrizes do Plano Nacional de Educação, que deverá passar pelo crivo dos parlamentares. “E eu estarei lá, firme, no Senado Federal, como membro da Comissão de Educação do Senado Federal acompanhando e ajudando em todo debate.”

Lula também comentou sobre a necessidade de a sociedade pressionar pela aprovação do plano que norteará a educação brasileira pelos próximos dez anos e de combater a chamada pauta de costumes que, segundo ele, afasta o país das discussões de fato necessárias. No final da tarde desta terça, um documento final da Conae será colocado em votação. O texto aprovado servirá de base para a elaboração do PNE pelo Ministério da Educação.

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