O presidente Jair Bolsonaro vai ter mais um motivo para se irritar com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem voltou a atacar na semana passada por conta da prorrogação de um inquérito que investiga ataques à democracia.
Em dez dias, no máximo, ele terá de se sentar na frente de um delegado da Polícia Federal para explicar, em outra investigação conduzida por Moraes, como ele teve acesso e por que divulgou um inquérito sigiloso da instituição que investigava ataques à urna eletrônica.
O objetivo do inquérito da PF, divulgado por Bolsonaro em suas redes sociais, era investigar ataques hackers ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Apesar de não ser conclusivo, o documento serviu para estimular o bolsonarismo a atacar as urnas eletrônicas, uma obsessão sem sentido dos apoiadores do presidente.
O prazo dado por Moraes para que a PF tome o depoimento do presidente termina no dia 28 de janeiro.
Será a segunda vez que Bolsonaro ficará frente a frente com um delegado da PF na condição de depoente: isso já havia ocorrido no dia 4 de novembro passado, no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro Sergio Moro (Justiça) de que o presidente tentou interferir na instituição policial.