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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Em baixa no governo, Ramos foi “algoz” dos militares na Casa Civil

De saída do cargo, o general mandou embora da pasta uma tropa de fardados durante sua gestão

Por Caíque Alencar Atualizado em 21 jul 2021, 13h01 - Publicado em 21 jul 2021, 12h49

Com os dias contados à frente da Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos deve deixar o cargo ostentando o título de maior “algoz” dos militares na pasta. Desde quando assumiu a Casa Civil, em abril, até junho, Ramos exonerou 12 militares do ministério. No mesmo período, contratou 2 fardados. Com isso, ficou com o saldo negativo de 10 baixas na tropa. Os dados foram obtidos por VEJA por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Um dos nomeados por Ramos foi o coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde. Já o antecessor de Ramos na Casa Civil, o general Braga Netto, mostrou-se bem mais solidário com a tropa. Nos quase 14 meses em que chefiou a Casa Civil, Braga Netto fez 30 nomeações e 10 exonerações de fardados.

A diminuição no quadro de militares sob a gestão de Ramos é uma espécie de presságio do que pode vir pela frente, com um civil assumindo seu lugar. Nesta terça, 20, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu fazer novas mudanças em seus ministérios. Na nova minirreforma, Ramos deve ser substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que faz parte do Centrão, e ser realocado para a pasta da Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Onyx Lorenzoni — este, por sua vez, deve passar a comandar o Ministério Emprego e da Previdência Social, que deve ser desmembrado da pasta da Economia.

Nas últimas semanas, o Centrão já vinha pressionando o Planalto pela saída do atual ministro da Casa Civil. O bloco dá sustentação ao governo Bolsonaro é conhecido por trocar apoio por cargos na estrutura do governo. Os políticos do grupo se queixam de falta de atendimento de suas demandas por parte de Ramos, além de dificuldades em nomeações de interesse dos parlamentares e na realização de ações do governo em suas bases eleitorais.

Com as mudanças, a expectativa é que Ciro Nogueira tenha a função de melhorar a articulação com o Congresso. Em abril deste ano, o Palácio de Planalto fez movimento semelhante com a nomeação da deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) para a Secretaria-Geral de Governo. Na ocasião, Ramos deixou a pasta e foi para a Casa Civil, onde, pelo visto, já tem data marcada para sair.

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