O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos principais porta-vozes da direita brasileira no exterior, afirmou nesta segunda-feira, 8, que a direita não perdeu na França, só “adiou sua vitória”. A frase é semelhante à usada por Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional (RN), ao reconhecer a derrota.
“A direita na França não perdeu, só adiou sua vitória. Extrema esquerda se fortaleceu e já fala em reconhecer a Palestina, revogar reformas tíbias feitas por Macron e acelerar no socialismo. Resultado: França se afundará numa crise ainda maior e aí virá Le Pen”, escreveu o filho do ex-presidente em seu perfil no X.
Em uma virada histórica, a Nova Frente Popular, aliança entre partidos de esquerda, venceu as eleições legislativas na França neste domingo, 7, e conseguiu entre 172 e 192 assentos na Assembleia Nacional (equivalente à Câmara dos Deputados), segundo as projeções. O Juntos, coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar.
O partido de Le Pen conquistou a maioria dos votos no primeiro turno, mas terminou em terceiro lugar na votação deste domingo. “A maré está subindo. Não subiu o suficiente desta vez, mas continua a subir, e por isso nossa vitória foi só adiada”, disse. Ao longo da semana, mais de 200 candidatos centristas e de esquerda desistiram da disputa para tentar impedir a vitória da extrema-direita.
https://x.com/BolsonaroSP/status/1810315505418539161
Silêncio
Eduardo foi um dos únicos representantes do bolsonarismo a se manifestar sobre o assunto. Outros parlamentares fizeram postagens sobre a presença do presidente da Argentina, Javier Milei, no congresso conservador (CPAC) em Balneário Camboriú, mas ignoraram a derrota na França.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) compartilhou uma postagem que acusa o líder da esquerda francesa, Jean-Luc Meléchon, de antissemitismo. “Graças ao conluio marxista nas eleições francesas, o país poderá ter um primeiro-ministro radical, antissemita, defensor do Hamas e de tudo que não presta no planeta. Jean-Luc Mélenchon: o traste ordinário que se recusou a usar o termo terrorismo para se referir aos ataques do Hamas em Israel”.