Eduardo Bolsonaro reclama de intimação da PF por xingar delegado

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse que foi intimado pela Polícia Federal a responder a um processo administativo disciplinar por ter xingado o delegado Fábio Schor de “putinha de Moraes” durante um discurso na Câmara dos Deputados em agosto do ano passado. Eduardo é escrivão da Polícia Federal, licenciado para exercer o cargo parlamentar. Dependendo do desfecho dessa investigações, ele pode sofrer sanções dentro da carreira, que vão desde censura, advertência até a demissão.

Schor é o delegado responsável pela equipe que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF já o indiciou em três casos — joias sauditas, fraude nos cartões de vacinação e tentativa de golpe de estado — e a Procuradoria-Geral da República deve denunciá-lo ainda este mês. O também deputado federal Marcel Van Hattem (PL-RS) foi indiciado em novembro por dizer que o delegado confeccionava “relatórios fraudulentos”.

Bastante exaltado, Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo nas suas redes sociais nesta segunda, 10, afirmando que é “perseguido” e leu um trecho da intimação. Ele responderá “por supostamente ter proferido discurso na Câmara dos Deputados com caráter ultrajante e uso de palavras de baixo calão, com infundadas críticas à atividade policial e investigação”, “mostrando a foto do ofendido com o objetivo de constrangê-lo e intimidá-lo com o propósito de desmerecer o trabalho policial realizado e incitar a opinião pública contra a Polícia Federal”.

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Uma publicação compartilhada por Eduardo Bolsonaro🇧🇷Imagem fora do domínio Abril (@bolsonarosp)

O filho do ex-presidente reiterou as ofensas que fez a Schor, dizendo que “o serviço fornecido por prostitutas é mais qualificado e de mais alto nível do que essa porcaria que vocês (da PF) fazem” e desafiou o órgão. “Vocês não vão me calar, se quiserem, me prendam, bloqueiem todos os meus bens.”

Ele também voltou a ameaçar o delegado, dizendo que ele será “proibido” de entrar na Flórida por intervenção do blogueiro Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira e tem contra si uma ordem de prisão. “Quando você (se referindo ao delegado Fabio Schor) olhar no Mickey Mouse pelas lentes do Allan dos Santos, você não conseguirá sequer pegar um Uber na Flórida. Você vai ser impedido de entar lá. Tenho muito mais respeito por um ladrão”, disse Eduardo. “Foi a maneira que encontraram de me perseguir”, lamentou o deputado.

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