Dilma provoca Temer com frase em latim e citação a Marx
No Twitter, a ex-presidente diz que a ‘história se repete como farsa’ e recorda frase em latim que abria carta escrita pelo presidente em 2015

Afastada do poder desde o ano passado, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou o tempo livre para ironizar a delicada situação do governo de Michel Temer (PMDB). No Twitter, a petista recitou o filósofo alemão Karl Marx e provocou seu antigo vice ao recordar uma frase em latim que Temer tornou popular em dezembro de 2015.
“Desde Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: Tragédia. 2017: farsa das elites”, publicou Dilma, que define o processo de impeachment que sofreu como um golpe de estado.
“Em vez de carta, Twitter; verba volant scripta manent!”, acrescentou. A frase em latim, que significa “as palavras voam, os escritos se mantêm”, abriu a carta que Temer enviou a Dilma no auge da crise política enfrentada pela petista. Nela, o atual presidente dizia que havia sido um “vice decorativo” no primeiro mandato de Dilma.
Temer está em Hamburgo, na Alemanha, para a reunião dos países do G20. No Brasil, a base aliada ao peemedebista tenta angariar votos para barrar a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou o presidente de corrupção passiva.
O relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), terá o prazo de cinco sessões para elaborar um parecer sobre a denúncia. Depois, os 66 deputados que compõem a CCJ deverão votar o relatório de Zveiter, que pode recomendar a aceitação ou o arquivamento da acusação.
Independentemente do resultado na CCJ, haverá uma nova votação em plenário. Lá, os opositores do presidente precisarão de 342 votos para aprovar a denúncia. Confirmada pela Câmara, a acusação vai para o Supremo Tribunal Federal (STF) que, se decidir recebê-la, transformará Temer em réu e o afastará por até 180 dias, prazo que a Corte terá para julgá-lo. Durante o período, o cargo é assumido interinamente por Rodrigo Maia (DEM-RJ). Condenado, o peemedebista sai definitivamente; absolvido, reassume.