O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot tem ironizado a decisão tomada na quarta-feira, 11, pela Procuradoria-Geral da República, agora sob o comando de Raquel Dodge, de pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para retirar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) do âmbito da Operação Lava Jato em São Paulo e passar a investigá-lo apenas por crime eleitoral.
O inquérito apura se o tucano recebeu R$ 10,7 milhões da construtora Odebrecht, por meio de seu cunhado, Adhemar César Ribeiro, segundo testemunhos dados por três ex-executivos da companhia que firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
A ministra Nancy Andrighi acatou o parecer, emitido pelo vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, e determinou o envio do processo para a Justiça Eleitoral de São Paulo.
“Tecnicamente difícil de engolir essa”, escreveu Janot no Twitter ao comentar um post sobre o assunto. Em outra publicação, que relatava a decisão do STJ, o ex-procurador-geral afirmou: “Pois é”.
Outros
Tuiteiro assíduo nos últimos tempos, Janot também tem atacado o ministro Gilmar Mendes (sugeriu “tratamento” quando o integrante do Supremo igualou o juiz Sergio Moro ao ex-procurador Marcelo Miller), ironizou o prestígio do presidente Michel Temer (“os brasileiros querem? a ver”, comentou em notícia sobre uma candidatura do emedebista à reeleição, depois de ter replicado outro tuíte que chamava a postulação de “piada”).
Também ironizou os argumentos da defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) contra a acusação de ter pedido e recebido R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, dono da JBS. O tucano afirmou que era um empréstimo. “Kkkkkkk exato”, riu, ao comentar um post que questionava se “empréstimo se pede a banco ou a frigorífico?”. Na terça-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) decide se aceita ou não denúncia de Janot contra o senador.