Deputado que visitou família de petista morto ameaçou receber Lula a bala
Pastor evangélico, Otoni de Paula (MDB-RJ) foi quem colocou Bolsonaro para falar por telefone com familiares da vítima
O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que foi até Foz do Iguaçu (PR) visitar a família do tesoureiro local do PT, Marcelo Arruda, assassinado a tiros por um simpatizante bolsonarista, no sábado 9, não tem um passado exatamente conciliador quando o assunto são divergências políticas.
No dia 6 de abril deste ano, na tribuna da Câmara, ele rebateu uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, em discurso a apoiadores, havia dito que os brasileiros deveriam ir à casa dos parlamentares pressioná-los em razão de sua atividade política.
“No Rio de Janeiro, a gente tem método de tratar bandido. Lá é na bala. Se visitar minha casa vai ser na bala, está me ouvindo? Na bala, seus vagabundos”, disse.
Alvo do STF
Otoni de Paula também virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por difundir ataques à Corte e já foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a pagar indenização ao ministro Alexandre de Moraes por, entre outras coisas, tê-lo chamado de “lixo” e “canalha”.
Na terça-feira 12, ele colocou, numa chamada de vídeo por telefone, familiares de Arruda para conversar com Bolsonaro. A tentativa, afirmou, era mostrar que a família era “plural” politicamente, que havia irmãos que apoiavam Bolsonaro e que o crime não teve motivação política.