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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Depois de faltar a 3 sabatinas, Boulos aceita debate promovido por Marçal

Candidato do PSOL, que vem se esquivando de entrevistas, aceitou participar de encontro com quem divulgou laudo falso para acusá-lo de usar cocaína

Por Da Redação 23 out 2024, 16h42

O deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo, voltou a espalhar fake news sobre o seu próprio comportamento ao, de forma vexatória, aceitar o convite do seu ex-concorrente na corrida paulistana, Pablo Marçal (PRTB), para uma sabatina ao vivo em suas redes sociais, onde o coach tem milhões de seguidores.

O desafio de Marçal, extensivo ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi feito pelo coach em seus perfis sociais “com o objetivo de permitir que ambos apresentem suas propostas e soluções para a cidade diretamente aos eleitores”. Boulos não titubeou: “Eu topo. Nunca fugi de dialogar com ninguém”, postou em resposta à publicação do ex-candidato do PRTB.

Boulos tem memória curtíssima. Na manhã desta mesma quarta-feira, 23, ele recusou convite para participar de uma sabatina promovida por VEJA, mesmo após insistentes convites feitos a sua campanha. O seu adversário, Ricardo Nunes (MDB), aceitou e foi entrevistado por três jornalistas de VEJA — o conteúdo irá ao ar ainda nesta quarta-feira.

Não foi a única vez que Boulos faltou a um escrutínio jornalístico promovido por veículos de comunicação. Ele também cancelou sua participação em sabatina que seria feita pela Jovem Pan na terça-feira, 22. No dia 18, a CNN Brasil também não realizou a sua sabatina prevista, porque tanto Boulos quanto Nunes não confirmaram presença.

Mentira sobre debate

No dia 19 de agosto, ele também não foi a debate promovido por VEJA mesmo após sua campanha ter confirmado presença e ter aceitado as regras. Na época, fugiu do encontro para evitar exploração exatamente por Pablo Marçal, que no debate anterior havia “ameaçado” o candidato do PSOL com uma carteira de trabalho e depois explorado a cena com cortes direcionados para as redes sociais.

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No dia 10 de outubro, em debate promovido pelos veículos CBN/O Globo/Valor Econômico, Boulos, ao lamentar a ausência de Ricardo Nunes, tentou vender a mesma fake news sobre si próprio de que não recusa convites para debater, mas foi alertado pela jornalista Vera Magalhães que ele também havia faltado ao debate de VEJA no primeiro turno.

Não bastasse a hipocrisia de criticar a ausência do adversário quando ele mesmo já se ausentou de um debate, o candidato do PSOL decidiu mentir na cara dura: “O debate da VEJA eu não fui porque ele se sucedeu a um debate em que todas as regras foram quebradas e foi o único debate onde os organizadores não deram as garantias de evitar as condições de baixaria”.

Não é verdade, e o candidato sabe disso. Todas as garantias foram dadas pelos organizadores do encontro VEJA E VOTE, estabelecidas por regras apresentadas previamente às assessorias de todos os candidatos. A campanha de Boulos, por meio de seu assessor, José Jacinto do Amaral, não só confirmou a presença, como deu um “de acordo para as regras”.

As regras do debate VEJA E VOTE previam a proibição do uso de celular pelos candidatos, a filmagem e fotografia do debate pelas campanhas e a apresentação de quaisquer documentos pelos debatedores nos púlpitos, sob pena de advertência, corte do microfone e da imagem e exclusão do evento. O espaço onde ocorreu o debate – as instalações da ESPM na Vila Mariana, em São Paulo – também fornecia todas as condições de segurança, com profissionais contratados para a organização e regras claras, como a limitação de pessoas no estúdio e circulação pelo espaço do evento (no estúdio onde ocorreu a discussão, apenas três assessores de cada candidato, impedidos de usar celular, puderam participar). O debate transcorreu sem qualquer problema, mesmo com a participação de Pablo Marçal.

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Debatendo com o inimigo

No mesmo dia em que faltou a uma sabatina promovida por VEJA, Boulos achou que era de bom tom aceitar debater com o candidato que divulgou, às vésperas do primeiro turno, um laudo falso que apontava que o candidato do PSOL era usuário de cocaína. Por esse motivo, aliás, Boulos processa Marçal na Justiça. O candidato também pediu vários direitos de resposta contra o ex-concorrente por divulgação de fake news durante a campanha eleitoral.

Fora do segundo turno, Marçal também é outro exemplo de hipocrisia. Responsável por alguns dos piores momentos da história dos debates no Brasil — seja lançando acusações sem provas, divulgando fake news ou usando apelidos depreciativos para se referir aos adversários –, ele resolveu fazer o que mais sabe (mentir) no convite feito a Boulos, ao afirmar que a sabatina para o qual convida será “sem gracinhas”.

Boulos, pelo jeito, acreditou ao aceitar de imediato ao convite. Nas pesquisas,  candidato segue em considerável desvantagem em relação a Ricardo Nunes (doze pontos, segundo o Paraná Pesquisas), a poucos dias da eleição. “Nunca fugi de nenhum tipo de debate”, teve a coragem de dizer.

Também desafiou Nunes a participar do encontro com Marçal. A assessoria do prefeito, no entanto, afirmou que ele não pretende comparecer a uma sabatina promovida pelo coach. “Boulos primeiro tem de responder se aceita a sabatina de VEJA”, disse a campanha.

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