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Denúncia de assédio sexual e ameaça: a tensa eleição no Mato Grosso do Sul

Marquinhos Trad (PSD), acusado de abusos por mulheres, relata intimidação por secretário de Segurança Pública do estado após criticar operação da PM

Por Diogo Magri 25 jul 2022, 17h46

A eleição para o governo do Mato Grosso do Sul tem sido marcada por episódios de tensão nos últimos dias, envolvendo acusações de assédio sexual, tentativa de comprar depoimentos e ameaça.

Na última delas, o candidato Marquinhos Trad (PSD), ex-prefeito de Campo Grande, relatou que sofreu ameaças do delegado Antônio Carlos Videira, atual secretário de Segurança Pública do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que tenta emplacar outro secretário, Eduardo Riedel (PSDB), como sucessor no governo.

Segundo a equipe de Trad, as ameaças começaram após o ex-prefeito criticar, em suas redes sociais, uma ação da Polícia Militar do estado que culminou na morte de um indígena da etnia guarani-kaiowá, no fim de junho.

Em resposta, Videira teria mandado algumas mensagens a Trad com o tom de ameaça. “Não se esqueça do papel que desempenhei no passado. Não bata na segurança pública que tudo pode continuar bem”, teria escrito o secretário. “Só precisamos alinhar as falas sobre segurança pública daqui para frente. (…). Retrate-se Marcos, só isso que os policiais estão esperando”, continuou.

Os prints da conversa entre Videira e Trad no WhatsApp foram disponibilizados pela defesa do ex-prefeito, que também disse que irá anexá-los no inquérito. Confira:

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Suposta conversa entre o secretário da Segurança Pública do MS, Antônio Carlos Videira, e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), candidato ao governo do estado
Suposta conversa entre o secretário da Segurança Pública do MS, Antônio Carlos Videira, e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), candidato ao governo do estado (Reprodução/Reprodução)

 

Suposta conversa entre o secretário da Segurança Pública do MS, Antônio Carlos Videira, e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), candidato ao governo do estado
Suposta conversa entre o secretário da Segurança Pública do MS, Antônio Carlos Videira, e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), candidato ao governo do estado (Reprodução/Reprodução)

Menos de um mês depois da troca de mensagens, Trad se tornou alvo de uma investigação da Polícia Civil sobre supostos abusos sexuais que o ex-prefeito teria cometido em 2020, quando ainda estava no cargo de prefeito. Ele nega as acusações, feitas por ao menos três mulheres em depoimento à Polícia Civil.

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Sobre esse mesmo assunto, a defesa de Trad também enviou à reportagem um vídeo onde uma mulher, não identificada, acusa um articulador do PSDB no estado, Carlos Alberto de Assis, de oferecer 150 mil reais por vídeos ou conversas que pudessem comprometer o candidato do PSD. A mulher do vídeo também acusa do mesmo crime Vagner Almeida, assessor de Azambuja.

Através do seu Twitter, Marquinhos Trad disse que segue motivado em sua campanha, “sabendo que enfrentamos interesses poderosos para trazer um novo tempo de conquistas para todo o Mato Grosso do Sul”.

Segundo a última pesquisa para o governo sul-matogrossense, divulgada pelo instituto Real Time Big Data em 14 de junho, Marquinhos Trad está empatado na margem de erro de três pontos para mais ou para menos com os candidatos André Puccinelli (MDB) e Rose Modesto (União Brasil). Trad teria 22%, Puccinelli 21% e Rose, 15%. Riedel aparece abaixo do trio, com 8% das intenções de voto.

 

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