Na reta final para o primeiro turno das eleições municipais em São Paulo, com um empate triplo entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e o empresário Pablo Marçal (PRTB), o apoio do eleitorado bolsonarista pode ser decisivo para a definição de quem irá para o segundo turno.
Neste nicho, os números mais recentes do Datafolha, divulgados na quinta-feira 3, apontam para uma vantagem de Marçal sobre Nunes.
Segundo pesquisa, o empresário é o candidato escolhido por 51% dos eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. No levantamento anterior, realizado na semana passada, Marçal tinha 43% das intenções de voto nesse segmento.
Nunes, por outro lado, foi na contramão e recuou entre os bolsonaristas na última semana. Desde a pesquisa de setembro, o emedebista deslizou de 39% para 32% da preferência nesse eleitorado.
Ou seja, em uma semana, o placar entre o eleitorado bolsonarista, que era de 43% a 39% para Marçal (dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais), passou para 51% a 32%.
Desde o início da campanha eleitoral, a herança de Jair Bolsonaro nas urnas foi disputada pelos dois principais candidatos da direita na capital paulista. Oficialmente, o ex-presidente apoia Nunes e indicou o ex-comandante da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL) para compor a chapa do prefeito na corrida à reeleição.
Marçal, por sua vez, tem relação marcada por idas e voltas com o clã Bolsonaro. Inicialmente mais próximo da direita radical, o empresário se envolveu em atritos com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — respectivamente, filhos Zero Dois e Zero Três do ex-presidente.
Apoiadores de Tarcísio
A despeito do apoio declarado de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a Nunes, os eleitores do governador de São Paulo também parecem mais propensos a optar pelo rival no próximo domingo, 6.
A mesma pesquisa Datafolha indica que Marçal é a escolha de 46% dos apoiadores de Tarcísio, enquanto Nunes pontua 35% neste recorte. Na semana passada, os dois adversários apareciam virtualmente empatados, com 40% dos correligionários do governador.