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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Covid: Brasil nunca fez o mínimo de isolamento social para deter o vírus

Segundo infectologistas, o índice deve ser de ao menos 70% para conter o avanço do coronavírus, mas o máximo que o país alcançou foi 62,2% há quase um ano

Por Da Redação Atualizado em 19 mar 2021, 01h29 - Publicado em 1 mar 2021, 17h28

Em meio ao recrudescimento da pandemia da Covid-19 em todo o país, governadores têm defendido que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fixe regras para uma política de isolamento social nacional como forma de conter o avanço do novo coronavírus.

Embora a política seja recomendada pelas autoridades de saúde e adotadas pela maioria dos governantes dos países mais comprometidos no combate à doença, o isolamento social no Brasil nunca atingiu o mínimo necessário defendido pelos infectologistas para conter o vírus.

Na última sexta-feira, 26, a taxa média nacional estava em 31,1%, segundo levantamento diário da plataforma Inloco, que utiliza dados de celulares para monitorar a adesão da população ao isolamento social — muito abaixo do indicador de 70% apontado pelos especialistas como o mínimo para provocar algum efeito na contenção da transmissão.

Pior: o Brasil nunca alcançou esse índice de 70% desde que o isolamento social passou a ser adotado por estados e municípios, em março do ano passado. A maior taxa alcançada ocorreu no dia 23 daquele mês, quando ela chegou a 62,2%.

Neste ano, a taxa só passou de 50% aos domingos – quando normalmente há menos pessoas circulando nas ruas porque é um dia de descanso para a grande maioria dos trabalhadores. Mesmo assim, no domingo, 28, ela ficou em 46,6%.

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Alguns estados adotaram medidas restritivas mais duras no último fim de semana, após o aumento de casos e mortes por Covid-19 na primeira semana de março. No entanto, São Paulo, que entrou em fase vermelha a partir da 0h de sábado, não alcançou altos níveis de isolamento. No dia em que as restrições começaram, essa taxa ficou em 37,4% e no domingo atingiu 46,9%.

No Rio de Janeiro, a permanência de pessoas em vias e áreas públicas das 23h às 5h está proibida e o funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes é permitido somente das 6h às 17h. Mas, o estado não atingiu em nenhum dia do fim de semana mais de 50% de isolamento. No sábado, o isolamento no Rio de Janeiro ficou em 36,1% e no domingo em 47%.

Também sem atingir 50% de isolamento em nenhum dia do fim de semana, o Mato Grosso aderiu ao toque de recolher das 21h às 5h, período em que apenas trabalhadores de serviços essenciais ou quem tenha extrema necessidade pode circular pelas ruas. Mesmo assim, a taxa de isolamento no estado atingiu apenas 36% no sábado e 45,4% no domingo.

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Em bandeira preta, o Rio Grande do Sul atingiu 51,8% de isolamento no domingo, mas no sábado essa taxa foi de 41,2%. No litoral norte do estado, as medidas restritivas foram mais rígidas no fim de semana, nem supermercados abriram, somente farmácias, postos de combustíveis e restaurantes no sistema tele-entrega funcionaram.

Já em Pernambuco o isolamento alcançou níveis um pouco melhores. No sábado 43,3% do estado realizou isolamento e no domingo 50,2%. Durante o fim de semana, apenas atividades essenciais funcionaram. O estado intensificou medidas de combate ao vírus após a ocupação de leitos de UTI alcançar 93%.

O Acre também atingiu taxas melhores. O estado está em nível de emergência, além da pandemia, enfrenta um surto de dengue e corre o risco de ver outras doenças aumentarem depois das cheias dos rios que provocaram inundações. Os níveis de isolamento no Acre ficaram em 44,3% no sábado e em 52,7% no domingo. 

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