Conheça os denunciados no caso da rachadinha de Flávio Bolsonaro
Mulher do senador e parentes de Adriano da Nóbrega estão entre os implicados no caso

O Ministério Público do Rio de Janeiro anunciou no começo da madrugada desta quarta-feira, 4, que denunciou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) o ex-policial militar Fabrício Queiroz e mais 15 pessoas pelo desvio de verbas da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro de 2007 a 2018. Na lista constam os nomes da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, e os de duas parentes do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro na Bahia.
Veja a lista completa de denunciados a que VEJA teve acesso:
Flávio Bolsonaro – senador
Fernanda Bolsonaro – mulher de Flávio Bolsonaro
Miguel Ângelo Braga Grillo – chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj e no Senado
Fabrício José Carlos de Queiroz – ex-assessor, apontado como operador da “rachadinha“
Márcia Oliveira de Aguiar – mulher de Queiroz que foi empregada no gabinete de Flávio
Nathália Melo de Queiroz – filha de Queiroz, também empregada na Alerj
Evelyn Melo de Queiroz – filha de Queiroz, sucedeu a irmã no gabinete de Flávio Bolsonaro
Luiza Souza Paes – ex-vizinha de Queiroz empregada no gabinete de Flávio entre 2011 e 2012
Agostinho Moraes da Silva – policial e ex-assessor
Jorge Luis de Souza – policial e ex-assessor
Sheila Coelho de Vasconcellos – ex-vizinha de Queiroz, trabalhou no gabinete de Flávio entre novembro de 2009 e abril de 2016
Márcia Cristina Nascimento dos Santos – ex-assessora que sucedeu Sheila Coelho no gabinete
Wellington Sérvulo Romano da Silva – Policial Militar que passou 248 dias em Portugal enquanto era lotado na Alerj
Flávia Regina Thompson Silva – ex-assessora
Danielle Nóbrega – ex-mulher de Adriano da Nóbrega e ex-assessora do gabinete
Raimunda Veras Magalhães – Mãe de Adriano da Nóbrega e ex-assessora do gabinete entre maio de 2016 e novembro de 2018
Glenn Dillard – foi procurador dos proprietários dos apartamentos comprados por Flávio Bolsonaro
De acordo com um comunicado da Promotoria, Flávio Bolsonaro, Queiroz e os outros 15 denunciados deverão ser julgados — caso seja aceita a denúncia pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. Para que a denúncia seja aceita, será necessário que sejam favoráveis à abertura de um processo criminal a maioria simples (13) dos 25 desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro.
Flávio é acusado de ter recebido diretamente dinheiro público desviado da Assembleia Legislativa, que deveria ter sido usado somente para o pagamento de salários de assessores de seu gabinete, no período em que foi deputado estadual. De acordo com investigações da Promotoria do Rio, o desvio dos salários ocorreu da seguinte forma: assessores recebiam os salários em suas contas bancárias e, depois de cada pagamento, sacavam parte do dinheiro e devolviam para Queiroz. Os promotores sustentaram ao longo da investigação que Queiroz usou esse dinheiro desviado para bancar despesas pessoais do senador. A Promotoria investigou também se esse dinheiro desviado serviu para a compra de imóveis pelo senador.
Embora só tenha revelado que protocolou a denúncia no início da madrugada desta quarta-feira, 4, a Promotoria alega que a denúncia foi distribuída na terça-feira, 3, assim que retornou de férias o desembargador Milton Fernandes, relator do caso no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro. Na semana passada, VEJA mostrou que havia expectativa de que a denúncia contra Flávio fosse protocolada assim que o desembargador voltasse de férias. A promotoria alega que já tinha protocolado a denúncia desde o dia 19 de outubro, embora o processo só tenha sido distribuído na terça-feira, 3 de novembro.