Congresso: Alcolumbre marca sessão que deve votar abertura da CPMI do INSS
Sessão do dia 17 de junho pode analisar pedido para instalação do colegiado formado por senadores e deputados para apurar fraudes em aposentadorias

O presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) marcou para o dia 17 de junho a próxima sessão conjunta do Congresso Nacional, que deve analisar o pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Além disso, há sessenta vetos presidenciais na pauta.
Como mostrou VEJA, o senador já havia sinalizado ao Planalto que não conseguiria segurar a pressão pela abertura da CPMI. O desejo da oposição era que a instalação da CPMI já fosse votada na sessão que aconteceria dia 27 de maio. Porém, de acordo com Alcolumbre, ainda não havia acordo entre as lideranças. Por isso, a sessão ficou para o dia 17.
“Quero deixar claro que não tem condições de um presidente do Congresso, tendo amparo regimental e fato determinado, não cumprir as regras dos regimentos”, disse a jornalistas.
A pressão dos parlamentares pela abertura da investigação está alta nas duas Casas. Na Câmara, Nikolas Ferreira (PL-MG) foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um mandado de segurança, pedir que a Justiça obrigue Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, a instalar a CPI.
A descoberta de um esquema ilegal de descontos na folha de pagamento de pensionistas e aposentados do INSS tem resultado em desgaste para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Além das demissões do presidente da autarquia e do Ministério da Previdência, a oposição tem explorado o episódio para colar à imagem do petista os desvios que eram feitos pelas entidades.
A possibilidade de as entidades associativas descontarem as mensalidades direito na folha de pagamento dos aposentados foi aberta ainda no governo de Jair Bolsonaro. Porém, nos anos seguintes, o número de entidades foi aumentando. A operação realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF) chegou à estimativa de que pelo menos 6 bilhões de reais foram desviados através dessas operações.