Como será o último ato de Lula para alavancar Boulos em São Paulo
Petista volta à Avenida Paulista pela primeira vez depois do discurso da vitória de 2022 para ajudar na campanha do seu aliado
Dois anos depois do discurso feito após a sua vitória nas urnas em outubro de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta à Avenida Paulista para o último ato da campanha do seu aliado, Guilherme Boulos (PSOL), na véspera do primeiro turno da disputa pela prefeitura de São Paulo. O ato será um percurso pela via, cujo ponto de partida é o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, e não deve ter discursos, por causa da proibição de comícios na véspera da votação. A previsão é que Boulos e Lula fiquem sobre a caçamba de um carro e sejam seguidos por apoiadores.
Desde a pré-campanha de Boulos, Lula tem sido presença constante na campanha do psolista e dividiu agendas com ele em vários pontos da cidade. Houve o ato de 1º de Maio — que rendeu uma multa eleitoral de 20.000 reais ao petista pela menção ao nome do então pré-candidato –, o anúncio da destinação de novas verbas no Jardim Ângela, bairro que já foi considerado o mais violento do mundo pela ONU, e o polêmico evento com o Hino Nacional cantado em linguagem neutra durante uma agenda no Campo Limpo, bairro onde Boulos mora.
O ato deste sábado também é simbólico pelo retorno à Avenida Paulista, onde Lula discursou para uma multidão depois da vitória apertada que teve sobre Bolsonaro em outubro de 2022 e que lhe garantiu o terceiro mandato presidencial. Ele subiu ao palanque do lado de aliados e fez uma fala marcada pelo apelo à democracia e comentários sobre a derrota do “fascismo”, atribuído ao adversário. Depois do evento deste sábado, 5, Lula deve ir para São Bernardo do Campo, seu berço político e onde ele mantém o título de eleitor.
A ida à Avenida Paulista também é uma última cartada da campanha de Boulos para tentar alavancar votos diante de um primeiro turno que promete ser disputado palmo a palmo. Levantamento do Datafolha de quinta, 3, mostra que o psolista está ligeiramente à frente dos seus adversários, com 26% das intenções de voto, mas tecnicamente empatado na margem de erro com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos com 24%.