O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai anunciar nesta quinta-feira, 11, um endurecimento nas medidas de restrição no estado de São Paulo, que já se encontra na fase vermelha de quarentena, que só permite o funcionamento de atividades consideradas essenciais. Alguns desses estabelecimentos, como o de materiais de construção, templos religiosos e escolas podem ser fechados ou ter o horário restringido. O governador irá bater o martelo sobre as ações na reunião marcada para as 10 horas e irá divulgá-las em entrevista coletiva às 12h45.
O estado mais rico e estruturado do Brasil enfrenta o seu pior momento na pandemia, com recordes seguidos de mortes por Covid-19 (ontem, foram contabilizados 469 nas últimas 24 horas). Mais de 30 cidades, como Bauru e Taboão da Serra, já registram 100% dos leitos de UTI ocupados e óbitos de pacientes na fila de espera para uma vaga nas unidades intensivas. O estado todo computa uma taxa de 82% de ocupação em postos de UTI.
“Infelizmente nós chegamos no momento mais crítico da pandemia, mesmo com todos os esforços que estamos fazendo. Nossos hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação”, diz o governador em vídeo divulgado nesta manhã. “O Brasil está colapsando e se nós não frearmos os vírus não será diferente aqui em São Paulo”.
A abertura acelerada de novos leitos não tem dado conta da velocidade das hospitalizações. Doria divulgou hoje que São Paulo tem 9.200 vagas de UTI – antes eram 3.500. “Mas não há profissionais de saúde suficientes para atender tantos leitos e principalmente para abrirmos mais leitos”, ponderou ele.
Na quarta-feira, 10, já havia a expectativa de que o governador anunciassem mudanças mais severas no Plano São Paulo. A coletiva de ontem, no entanto, preferiu focar em notícias positivas, como a ampliação da vacinação para idosos entre 72 e 74 anos e uma pesquisa feita pelo Instituto Butantan e a USP que mostra que a Coronavac é eficaz contra novas cepas do coronavírus. Na ocasião, o presidente do Centro de Contingência de Coronavírus de São Paulo, médico Paulo Menezes, descartou o “lockdown”, que seria o bloqueio total da circulação de pessoas nas cidades. “Acho bom pararmos de falar a palavra lockdown. Eu prefiro falar de medidas concretas”, disse ele ao lado de Doria.
Além das orientações do comitê científico, que tem defendido um aperto mais severo há algumas semanas, o governador também recebeu recomendações do Ministério Público de São Paulo para suspender as partidas de futebol e eventos religiosos. Segundo o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, a paralisação é”imprenscindível” diante desse agravamento da crise.
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