Em entrevista a VEJA na tarde deste sábado, 5, Jair Bolsonaro disse que aguarda a perícia que será realizada pela Polícia Federal para ter uma opinião definitiva sobre o laudo exibido pelo candidato Pablo Marçal na noite da última sexta, documento que comprovaria consumo de drogas por parte do deputado Guilherme Boulos, do PSOL, outro concorrente à prefeitura de São Paulo. Mesmo adotando um tom mais cauteloso em relação ao episódio, o ex-presidente não poupou críticas à divulgação da denúncia. Com base no que se sabe até agora sobre o documento, Bolsonaro achou a história bastante problemática: “Cheira à farsa, cheira à mentira”.
Segundo ele, caso a denúncia fosse realmente verídica, ela deveria ter sido divulgada há uma semana, de forma que fosse possível comprovar sua veracidade até o dia da eleição. Uma série de inconsistências já foram comprovadas pela imprensa a respeito da inconsistência do documento. “Não podemos compactuar com a mentira”, afirmou Bolsonaro. O ex-presidente disse ainda que não se surpreendeu com o gesto de Marçal, pois cortou relações com o coach há cerca de dois meses. Na ocasião, quando tiveram um último encontro, Bolsonaro se irritou bastante com a versão divulgado pelo candidato do PRTB sobre o que teria sido o conteúdo da conversa. “Ele inventou um monte de coisas”, declarou.
Sobre a repercussão do episódio do laudo, Bolsonaro ironizou a reação de Guilherme Boulos, que pediu a prisão e a cassação da chapa de Marçal. “O Boulos não tem credibilidade para pedir a prisão de ninguém. Por coerência, teria que pedir primeiro a prisão do Lula, que é um ladrão”, disse o ex-presidente, que apoia em São Paulo a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).