Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Cerrado: as dez cidades que mais desmatam o segundo maior bioma brasileiro

Polo de expansão do agronegócio, região entre quatro estados do Norte-Nordeste, conhecida como Matopiba, concentra quase 80% da área devastada

Por Bruno Caniato Atualizado em 9 Maio 2024, 12h19 - Publicado em 16 abr 2024, 10h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na contramão do que ocorre na Amazônia, o desmatamento no Cerrado vem crescendo em ritmo alarmante nos últimos anos e atingindo níveis recordes, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Após o aumento de 43% nos alertas de depredação entre 2022 e 2023, o monitoramento via satélite registrou 524 ocorrências apenas no último mês de março, pior resultado na comparação mensal desde 2019.

    Desde o início do ano passado, os avisos do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD Cerrado) cobriram mais de 1,1 milhão de hectares, quase oito vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Quase 80% da devastação se concentra na região conhecida como Matopiba, área que abrange as divisas entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Das 52 cidades que mais devastam o Cerrado, 50 estão localizadas nesta área.

    'Matopiba', região entre os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia que concentra quase 80% da área destruída do Cerrado
    Matopiba, região entre os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia que concentra quase 80% da área destruída do Cerrado (SAD Cerrado/IPAM/Google Maps/Reprodução)

    De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que elabora o relatório SAD Cerrado, as dez cidades que lideram a destruição do segundo maior bioma do Brasil estão localizadas nas fronteiras agrícolas do Matopiba. Somados, os municípios foram responsáveis por devastar 223 mil hectares, um quinto de toda a área depredada entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024.

    Leia mais sobre cada um deles abaixo.

    1. São Desidério, BA (37,4 mil hectares)

    Em 2022, São Desidério gerou mais de 7,6 bilhões de reais em produção agrícola e ficou em quinto lugar no ranking do agronegócio brasileiro, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de 2022. O município baiano tem hoje cerca de 33 mil habitantes e se destaca pelo plantio de soja — em 2019, a cidade liderou a lista de cultivo de grãos em todo o território nacional.

    Continua após a publicidade

    Situada a cerca de 900 quilômetros de Salvador, a cidade do Oeste da Bahia tornou-se independente da vizinha Barreiras somente na década de 1960, oficialmente constituída como município há 62 anos. Além de abrigar o Lago do Cruzeiro, maior formação subterrânea do tipo no Brasil, São Desidério fica em uma região de rica biodiversidade, uma vasta área de grutas e corredeiras e ao menos nove sítios arqueológicos com inscrições e pinturas rupestres.

    2. Balsas, MA (30,5 mil hectares)

    A cerca de 800 quilômetros da capital São Luís, Balsas figura entre os principais produtores nacionais de soja e algodão. Sua riqueza gerada pela atividade agropecuária foi de 2,8 bilhões de reais em 2022, segundo o ranking do Mapa, e a cidade figura entre os seis municípios que representam metade do PIB maranhense.

    Situada às proximidades do Parque Nacional da Chapada das Mesas, Balsas é a terceira maior cidade do Maranhão e possui pouco mais de 101 mil habitantes, segundo o Censo 2022. A bacia hidrográfica do Rio das Balsas está entre as principais da região e, a despeito da depredação do Cerrado praticada para o plantio de soja, representa um importante pólo de ecoturismo do Matopiba

    3. Alto Parnaíba, MA (26,5 mil hectares)

    Com cerca de 11 mil habitantes, Alto Parnaíba está localizada na região do tríplice divisa entre Maranhão, Bahia e Tocantins, a mais de mil quilômetros de São Luís. O município está entre os líderes no cultivo de soja em larga escala no Brasil, produzindo 192 mil toneladas do grão em 2022 e movimentando mais de 588 milhões de reais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Continua após a publicidade

    Em segundo lugar na produção agrícola de Alto Parnaíba está o milho, que gerou quase 110 mil toneladas do alimento e mais de 144 milhões em receitas da atividade econômica. A cidade, cuja fundação remonta a mais de 150 anos, integra a bacia hidrográfica do rio de mesmo nome e se destaca por ser uma zona de transição entre Cerrado, Caatinga e a Floresta Amazônica.

    4. Cocos, BA (25 mil hectares)

    Situado na mesma região de São Desidério, o município de Cocos tem como principais fontes de receita o plantio de soja (171 milhões de reais), algodão (107 milhões) e milho (80,4 milhões). Sua população beira os 20 mil habitantes e a cidade é relativamente jovem, celebrando 65 anos no último mês de agosto.

    Assim como outros municípios baianos que integram a lista, Cocos está a quase mil quilômetros de Salvador e integra uma série de bacias hidrográficas da região que desaguam no Rio São Francisco. A cidade está localizada perto do rio Itaguari.

    5. Rio Sono, TO (20,7 mil hectares)

    Em 2022, Rio Sono produziu mais de duas toneladas de soja por habitante — foram quase 10 milhões de quilos colhidos do grão em uma cidade de apenas 4.800 moradores. O valor movimentado com o plantio foi de 25 milhões de reais, segundo o IBGE.

    Continua após a publicidade

    Situado às margens do rio de mesmo nome, o município fica na porção Leste do estado, a cerca de 150 quilômetros da capital Palmas.

    6. Correntina, BA (19,2 mil hectares)

    Uma das maiores produtoras agrícolas do Brasil, Correntina lucrou quase 2 bilhões de reais com o cultivo de soja em 2022, de acordo com os dados do IBGE. Soma-se ao montante os 365 milhões em milho e outros 700 milhões em algodão, colocando a cidade de 32 mil habitantes entre as trinta mais ricas do agronegócio nacional.

    7. Jaborandi, BA (18,4 mil hectares)

    O município baiano, que não deve ser confundido com o homônimo paulista, foi responsável por quase 1,9 bilhão de reais em exportação de produtos agrícolas, destacando-se o cultivo de soja, algodão e milho. Com aproximadamente 9,3 mil habitantes, a cidade de Jaborandi fica no Oeste da Bahia e situa-se a mais de 900 quilômetros de Salvador.

    8. Baixa Grande do Ribeiro, PI (15,7 mil hectares)

    Os pouco mais de 13 mil moradores do pequeno município piauiense, em 2022, produziram quase 3 bilhões de reais com o cultivo de soja e milho, majoritariamente. Situada praticamente na divisa com o Maranhão, a oitava cidade que mais desmatou o Cerrado de Matopiba foi, também, a 33ª mais lucrativa do agronegócio, segundo o ranking do Mapa.

    Continua após a publicidade

    9. Mirador, MA (15,1 mil hectares)

    Em 2022, o município maranhense de 21 mil moradores gerou quase 100 mil toneladas de soja, milho e arroz na área cultivada do Cerrado. Situada no interior do Maranhão, a cidade fica a aproximadamente 493 quilômetros da capital São Luís e é quase dez vezes mais populosa do que a vila de mesmo nome no Paraná.

    10. Formosa do Rio Preto, BA (14,5 mil hectares)

    Ocupando o décimo lugar em municípios que devastam o Cerrado, Formosa do Rio Preto ostenta também a nona posição na lista de maiores produtoras agrícolas do Mapa. Foram mais de 6,1 bilhões de reais em exportações de algodão, milho e soja – este último grão gerou mais de 1,5 milhão de toneladas na pequena cidade de 26 mil habitantes, situada a mais de mil quilômetros da capital Salvador.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.