Autor da declaração de que “uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT”, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub – aquele que classifica seus amigos petistas como “pessoas boas que não conseguem se livrar” – montou sua equipe com alguns egressos de gestões do PT.
Como secretário-executivo, segundo posto mais importante da pasta, o economista escolheu Antonio Paulo Vogel de Medeiros, que foi secretário adjunto de Finanças da cidade de São Paulo durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), adversário do presidente Jair Bolsonaro no segundo turno de 2018. Ele foi nomeado em janeiro de 2013, assim que Haddad tomou posse, e respondia diretamente ao então secretário de Finanças, Marcos Cruz.
Depois de deixar a gestão de Haddad, em dezembro de 2014, Vogel foi nomeado secretário de Gestão Adminsitrativa e Desburocratização do Distrito Federal pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg, do PSB, outro partido de oposição. Em julho de 2015, após apenas sete meses no cargo, o braço-direito de Weintraub foi nomeado assessor da secretaria-executiva do Ministério da Fazenda do governo Dilma Rousseff, então ocupado por Joaquim Levy, hoje presidente do BNDES.
Já a chefe de gabinete do novo ministro, Cynthia Losso, assessorou ininterruptamente a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência entre 2004, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e 2016, sob Dilma. Passaram pela pasta nesse período os ex-ministros Nilmário Miranda, Mário Mamede Filho, Paulo Vannucchi, todos chefiados por Lula, e Maria do Rosário, Ideli Salvatti, Pepe Vargas e Nelma Lino, nomeados pela ex-presidente.
Cynthia ainda assessorou o gabinete da Controladoria-Geral da União (CGU) entre abril de 2015 e janeiro de 2016, no segundo governo Dilma.