O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou neste sábado, 30, a convocar os seus apoiadores para irem às ruas no feriado de 7 de Setembro, quando será comemorado o bicentenário da Independência, disse que os atos servirão para garantir mais “200 anos de liberdade” e anunciou que, pela primeira vez, haverá uma parada militar, com a sua presença, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
“Nos aproximamos de 7 de Setembro. Não vamos só comemorar 200 anos de Independência. Vamos comemorar também como um marco para mais 200 anos de liberdade”, disse a apoiadores durante a convenção estadual do Republicanos, no Expo Center Norte, em São Paulo, que confirmou as candidaturas dos ex-ministros Tarcísio de Freitas ao governo do estado e de Marcos Pontes ao Senado.
Bolsonaro, que esteve em São Paulo, na Avenida Paulista, no 7 de Setembro do ano passado, onde desferiu ataques contra o Supremo Tribunal Federal, pediu desculpas aos paulistas e disse que dessa vez irá ao Rio de Janeiro, para onde anunciou que haverá um inédito desfile das Forças Armadas e de outras forças de segurança na Praia de Copacabana.
“Pela primeira vez, as Forças Armadas e as nossas irmãs forças auxiliares (policiais militares) estarão desfilando na Praia de Copacabana ao lado do nosso povo. Vamos mostrar que o nosso povo, mais do que querer, tem direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade”, afirmou. O evento no Rio está previsto para as 16h.
Bolsonaro também confirmou que, de manhã, participará dos desfiles militares em Brasília, como fez no ano passado. “Estarei em Brasília, com o povo nas ruas, com as tropas desfilando”, disse.
Reportagem de VEJA publicada na edição desta semana mostra que o presidente tem, desde o lançamento da sua candidatura, no domingo, 24, convocado os seus apoiadores a irem às ruas no 7 de Setembro e a preocupação e a reação que isso tem provocado nas autoridades e na sociedade civil, em razão do caráter de afronta às instituições e à democracia que as convocações vêm ganhando.
Ataques à esquerda
Durante o seu discurso, o presidente fez um discurso bastante ideológico contra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele voltou a repetir que a eleição deste ano será “uma luta do bem contra o mal” e disparou conhecidas acusações contra o “outro lado”. Disse que a oposição quer “destruir a família”, “liberar as drogas”, “legalizar o aborto”, desarmar a população brasileira”, “relativizar a propriedade privada” e serem “aliados de ditaduras”. “Não nos aproximaremos da Venezuela, não nos aproximaremos de Cuba. Quero distância dessas ditaduras’, afirmou.
Elogios à economia
O presidente também elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo ele sempre muito criticado e incompreendido, e disse que a situação econômica do país está melhorando. “Os números da economia estão aí, no tocante ao desemprego, PIB, inflação, entre outros. Está aí à vista de todos”, disse.
O presidente também voltou a citar a primeira-dama Michelle Bolsonaro em uma tentativa, que tem se tornado cada vez mais frequente, de se aproximar do eleitorado feminino, onde a desvantagem para Lula ainda é grande. “Esposas são âncoras, são aquelas pessoas que nos dão força em momentos difíceis”, afirmou.