Se não foi palco do anúncio de medidas mais concretas da aproximação entre Brasil e Estados Unidos, o encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca nesta terça-feira, 19, serviu para evidenciar a boa sintonia – e a semelhança de estilos – entre os dois.
O brasileiro afirmou que “tem muito em comum” com o colega e que, assim como ele, quer fazer “um Brasil grande”, em uma referência ao slogan da campanha de Trump, sobre “fazer os Estados Unidos grandes de novo”. O americano, por sua vez, também deu um jeito de se autoelogiar ao cumprimentar o brasileiro. Disse que Bolsonaro “liderou uma das campanhas mais impressionantes dos últimos tempos” – “assim como eu”, frisou.
Mesmo em uma fala curta, a dupla não deixou de criticar adversários. O brasileiro aproveitou o holofote para cutucar seus antecessores no Planalto, a quem chamou de “antiamericanos”. Já o americano criticou o falecido John McCain ao lamentar a falta de um acordo para derrubar o Obamacare – o veterano republicano votou contra. “Nunca fui um fã de McCain e nunca serei.”
Em um momento mais leve, os dois presidentes trocaram camisas de futebol. Trump entregou uma camiseta número 19 da seleção dos Estados Unidos personalizada com o nome do brasileiro. Bolsonaro retribuiu a tabelinha com a mítica 10 do Brasil, também personalizada. O americano disse “conhecer” Pelé.
Involuntariamente, Bolsonaro reproduziu o gesto de outro presidente brasileiro para com um colega americano: em 2009, durante a cúpula do G8 em Áquila, na Itália, Lula também deu de presente a Barack Obama uma camisa da seleção. Com uma diferença: autografada.
Em tempo: ao contrário do uniforme palmeirense que ostentou em uma reunião no Palácio da Alvorada, o modelo da seleção dado de presente a Trump parecia ser original.