Bolsonaro comemora aceno de Hugo Motta ao PL da Anistia
Em vídeo divulgado nas redes sociais, ex-presidente diz que proposta é 'humanitária', e não para ele

O ex-presidente Jair Bolsonaro comemorou, nesta quarta-feira, 4, o aceno feito pelo presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) ao PL da Anistia. O parlamentar disse que vai colocar o assunto em discussão na reunião de líderes e, se a maioria deles concodar, a proposta vai começar a andar na Casa. O projeto prevê o perdão a condenados por invadir e depredar as sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, mas contém dispositivos que também livrariam o Bolsonaro da inelegibilidade imposta por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Ele foi bem claro na nossa conversa lá atrás, foi uma conversa bastante respeitosa, de que ele colocaria em pauta sim qualquer assunto que interessasse à maioria dos líderes. Ele disse que vai se reunir com os líderes. Tendo a maioria, o projeto da anistia vai ser pautado na Câmara”, disse Bolsonaro. Ele deu essas declarações em uma entrevista ao Portal Metrópoles, e compartilhou o trecho nas suas próprias redes sociais.
“Não é a minha anistia, não estou condenado em absolutamente nada. É a anistia dessas pessoas, dezenas e dezenas de pessoas condenadas a penas absurdas. Tem dezenas e dezenas também que estão em outros países, foragidos”, disse o ex-presidente. Há pouco mais de sessenta brasileiros condenados que estão na Argentina, cujo governo já decidiu acatar o pedido do Brasil para prendê-los.
A movimentação de Motta de se comprometer a tratar do assunto foi celebrada por Bolsonaro, que disse que a anistia é “humanitária”. “É papel da Câmara rever esse assunto e o Hugo Motta foi muito feliz em dizer que vai procurar e falar com os líderes. A boa notícia que a gente dá é que os corações falam cada vez mais alto. Essa anistia, no meu entender, é mais que política, é humanitária.”
Paralelo à anista, correligionários do ex-presidente tentam outras manobras para colocá-lo no páreo para 2026. O deputado Bibo Nunes (PL-RS) articula um projeto de lei para reduzir a inelegibilidade a dois anos, retroagindo à data em que Bolsonaro foi condenado.