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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Bolsonaro a VEJA: ‘Nunca chegou a mim nenhuma minuta de golpe’

Ex-presidente nega ter recebido e revisado documento trazido pelo ex-assessor Filipe Martins, preso nesta quinta-feira, 8, após operação da Polícia Federal

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h32 - Publicado em 8 fev 2024, 16h07
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  • O ex-presidente Jair Bolsonaro nega ter recebido qualquer documento referente a uma “minuta de golpe” do ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, preso nesta quinta-feira, 8, após operação da Polícia Federal.

    A VEJA, Bolsonaro afirmou que nem sequer despachava com o ex-auxiliar. “Nunca chegou a mim nenhum documento de minuta de golpe, nem nunca assinei nada relacionado a isso. Até porque ninguém dá ‘golpe’ com papel”, declarou.

    Segundo delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, à Polícia Federal, Martins teria sido o responsável por entregar ao ex-presidente um documento que detalhava instruções para um possível golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2022. De acordo com a PF, a minuta de três páginas continha instruções do passo a passo para a retomada de poder pelo agora ex-presidente. O plano incluía o anulamento do pleito, o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que supostamente teriam interferido no resultado e a declaração de intervenção militar no país até que novas eleições fossem realizadas. 

    Em um dos trechos da decisão que autorizou os mandados de prisão e de busca e apreensão da operação, corroborada por parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de acordo com a investigação, o ex-presidente chegou a “editar” a minuta de golpe elaborada por assessores e entregue a ele por Filipe Martins, em novembro de 2022.

    A operação da PF foi deflagrada após informações prestadas por Cid no acordo de colaboração e mirou a existência de uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do estado democrático de direito. Segundo os investigadores, para “obter vantagem de natureza política” com a manutenção no poder de Bolsonaro, alvo de medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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    Além de Martins, foram presos no âmbito da força-tarefa o coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL, e o major do Exército Rafael Martins de Oliveira, que atuou no batalhão de Forças Especiais da corporação.

    O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também acabou sendo detido. Inicialmente, ele não tinha sobre si nenhum mandado de prisão, apenas de busca e apreensão. Ao cumprirem as diligências na sede do partido, em Brasília, os policiais encontraram com o cacique uma arma com registro irregular, o que motivou sua prisão por posse ilegal de arma de fogo.

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