O ex-governador do Paraná Beto Richa anunciou na noite desta quinta-feira, 14, que desistiu de deixar o PSDB e migrar para o PL para disputar a prefeitura de Curitiba pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão ocorreu após reunião com a cúpula do PSDB, que não estava disposta a lhe dar a carta de anuência para deixar o partido — sem ela, ele perderia o mandato de deputado federal.
“Uma semana antes, o partido havia dado uma carta de anuência ao deputado Carlos Sampaio, para sair do PSDB sem o risco de perder o mandato. Mas no meu caso foi diferente”, disse.
Richa ressaltou, no entanto, que foi convencido a ficar no partido. “Recebi apelos para permanecer no PSDB. Fui lembrado das batalhas políticas e eleitorais que juntos enfrentamos nas últimas décadas”, afirmou.
Segundo ele, a sua saída poderia prejudicar o PSDB. “Parecia óbvio, para meus amigos da direção do partido, que a minha saída poderia estimular outros filiados a fazer o mesmo. Prevaleceu o peso do compromisso com o PSDB, um partido que mudou o Brasil para muito melhor”, completou.
Ele deverá disputar a prefeitura de Curitiba, mas pelo PSDB. Richa já foi prefeito da cidade por dois mandatos e também governador do Paraná, sempre pelo PSDB, mas perdeu prestígio político após ter sido preso duas vezes pela Lava-Jato em investigações sobre corrupção.
CRISE NO PL
O anúncio de sua ida para o PL também havia aberto uma crise no partido de Bolsonaro no Paraná, já que havia outros dois pré-candidatos da legenda à prefeitura.
A sua ida havia sido negociada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Richa confirma que recebeu o convite em encontro com o cacique na quarta-feira.”
“Muito bem recebido na sede do PL, fui convidado a me filiar ao partido. Em seguida, fui gentilmente recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro” afirmou. “Não sou político iniciante. Sabia que qualquer passo que eu desse romperia o quadro de inércia que toma conta do panorama regional.E foi isso que fiz”, completou.