A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das estrelas do bolsonarismo radical, sempre teve uma postura elogiosa à ditadura militar (1964-85). Quando tomou posse, em 2019, ela ocupou o gabinete que era de Jair Bolsonaro (PL) e pediu a ele para ficar com os quadros que o presidente tinha na parede, com os presidentes do período autoritário.
Ela também virou alvo dos inquéritos no Supremo Tribunal Federal que apuram a incitação a atos antidemocráticos, que pregam contra instituições como o próprio STF.
Mas agora que o STF condenou o seu aliado, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), a oito anos e nove meses de prisão por posturas semelhantes, ela passou a achar que a democracia acabou no país. “Mais uma prova de que a democracia brasileira, que já estava morta, agora está enterrada. Estamos em luto!”, postou.
STF condena Daniel Silveira à perda do mandato e dos direitos políticos e a 8 anos e 9 meses de prisão, mais uma prova que a democracia brasileira que já estava morta, agora está enterrada.
Estamos em luto! pic.twitter.com/TtKRlMHm3T— Carla Zambelli (@Zambelli2210) April 21, 2022
Além disso, ela anunciou que apresentou um projeto de lei na Câmara para anistiar o colega parlamentar e permitir que ele possa se candidatar na eleição deste ano. “Não concordamos com os abusos que o STF vem cometendo contra a democracia”, escreveu.
Entre os quadros que ela ostenta na parede do seu gabinete está o do presidente Artur da Costa e Silva, o presidente que assinou o AI-5, o ato institucional que permitiu a cassação de mandatos de parlamentares e suspendeu todas as garantias constitucionais.
Zambelli, pelo visto, não achava que a democracia brasileira foi enterrada à época dos militares. Também parece que, enfim, passou a se importar com a cassação de mandatos de parlamentares.