Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Aldemir Bendine e o imposto de renda da propina

André Gustavo Vieira, que atuaria em nome do ex-presidente da Petrobras, declarou à Receita serviço de consultoria em valor idêntico a suposta propina

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 4 jun 2024, 18h19 - Publicado em 27 jul 2017, 14h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O fato mais marcante da entrevista coletiva em que o Ministério Público Federal (MPF) explicou os detalhes por trás da Operação Cobra, a 42ª fase da Operação Lava Jato, foi a descoberta de um recurso curioso para se proteger das investigações. Segundo os procuradores do MPF, as propinas pagas pelo grupo Odebrecht aos alvos da ação desta quinta-feira foram declaradas à Receita Federal.

    De acordo com a investigação, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, teria cobrado propinas milionárias da empreiteira durante suas passagens pelo comando da estatal. Apontado como operador do ex-executivo, o empresário André Gustavo Vieira da Silva teria procurado, segundo a delação de Marcelo Odebrecht, a empresa para pedir o pagamento de dezessete milhões de reais, em troca de benefícios em um empréstimo da Odebrecht Ambiental junto ao banco.

    Naquele momento, a Odebrecht se recusou a fazer a operação e só pagou propina à Bendine em 2015, quando este estava “às vésperas” de assumir o comando da Petrobras, um posto em que ele seria mais útil. O pedido mais modesto, de três milhões de reais, foi atendido dessa vez – e o pagamento, em três parcelas, foi feito através de André Gustavo. O curioso, observam os procuradores, é que dois anos depois, quando a colaboração da empreiteira já era pública, o empresário declarou à Receita o recebimento dos valores e recolheu imposto de renda sobre os rendimentos, dizendo se tratar de uma “consultoria” junto ao BB prestada por ele.

    Para o procurador Athayde Ribeiro Costa, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, a declaração à Receita foi mais uma forma dos investigados de tentarem escapar da Justiça. Segundo Costa, agindo “em conluio com Bendine”, André Gustavo Vieira tentou transformar em recursos legalizados a propina, antes que tivessem que explicar as afirmações dos delatores. Segundo o procurador, essa postura impressiona, uma vez que foi adotada três anos depois da Lava Jato ter início: “Apesar da operação ainda estar em andamento, muita gente ainda acha que vai sair impune desse processo”.

    Responsável pela apuração do esquema da Petrobras na primeira instância, o juiz Sergio Moro concordou com a avaliação do MPF. De acordo com Moro, o empresário não conseguiu comprovar, pelo menos nesta fase inicial, os serviços da dita consultoria. Junto com as condições suspeitas do negócio, como a declaração dois anos depois e o pagamento por meio do Departamento de Operações Estruturadas (o famoso “setor da propina” da Odebrecht), o fato ensejou a decretação da prisão temporária de Bendine, André Gustavo Vieira e seu irmão, Antonio Carlos Vieira da Silva Júnior

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.