Ação do golpe: Moraes considera Figueiredo notificado e dá prazo à defesa
Depois de influenciador dizer que estava 'louco para ser interrogado' pelo STF, ministro entendeu que ele tinha 'ciência inequívoca' das acusações
Depois de dizer em um vídeo do seu canal do YouTube que estava “louco para ser interrogado” no caso da tentativa de golpe de estado, o influenciador e economista Paulo Figueiredo foi dado como notificado na ação penal em que é acusado de participar da conspiração. A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes desta segunda-feira, 30, fala que ele demonstrou ter “ciência inequívoca” do teor da acusação a que responde e abriu prazo para ele apresentar defesa.
De todos os acusados da tentativa de golpe de estado, Figueiredo é o único que vive no exterior. Por isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia apartada, apenas contra ele, mas a Justiça brasileira não estava conseguindo encontrá-lo para o notificar. Através da notificação, o acusado é formalmente comunicado sobre a existência da acusação e é aberto o prazo para que ele apresente sua primeira defesa. Só depois disso a denúncia será analisada — podendo ser aceita ou rejeitada — e a pessoa acusada vai ou não para o banco dos réus.
Na decisão desta segunda (veja a íntegra abaixo), Moraes usou trechos de declarações de Figueiredo nas suas próprias redes sociais. O influenciador falou que sabia da ação penal movida contra ele e que queria ser interrogado pelo ministro do Supremo.
“No caso dos autos, a ciência inequívoca do acusado indica a ausência de qualquer prejuízo na realização de sua notificação. Além disso, o acusado Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho está localizado em país estrangeiro e em endereço desconhecido, de modo que não há possibilidade de sua notificação por outros meios. Diante do exposto, considerada a ciência inequívoca da acusação pelo acusado, bem como a validade da notificação por edital, dou por notificado o réu”, diz trecho da decisão.
Moraes abriu prazo para que Figueiredo se defenda. Por enquanto, como ele não constituiu advogado particular, ele está sendo representado pela Defensoria Pública. Na prática, a movimentação acabou “adiantando” o processo e desfavoreceu o influenciador, que poderia ter ganhado tempo no processo até que a Justiça brasileira conseguisse encontrá-lo pessoalmente para o notificar.
Figueiredo é neto do ex-ditador militar João Figueiredo e é acusado pela PGR de ter participado das movimentações a favor de um golpe de estado por conta de informações que veiculou nos seus canais. Ele faria, segundo a acusação, parte do quarto núcleo golpista (Jair Bolsonaro está no primeiro), que teria articulado estratégias de comunicação para dar sustentação à trama.
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