Dono do maior cofre do país para as eleições municipais, Valdemar Costa Neto disse que o Partido Liberal já gastou todo o fundo eleitoral de 886 milhões de reais e já recorreu a cerca de 50 milhões de reais do fundo partidário. O partido tem 1.496 postulantes a prefeito e mais de 34.000 candidatos a vereador.
“Nós acabamos com o nosso dinheiro e ainda entramos no nosso fundo partidário”, diz o presidente do PL a VEJA. “O fundo partidário, a gente vai poupando para guardar para a eleição de 2026, que é mais importante para nós”, acrescenta Valdemar. O cacique diz já ter gasto cerca de 930 milhões de reais no pleito municipal, antes mesmo do segundo turno das eleições deste ano. “Nós já não vamos chegar bem porque nós vamos gastar tudo que nós tínhamos”, conclui.
No ano passado, a projeção de Costa Neto era chegar a 1.000 prefeituras, mas a meta não será alcançada e o novo objetivo traçado é bem mais modesto, mas ainda grandioso. O cacique do PL acha que pode abocanhar entre 600 e 800 prefeituras (foram 349 em 2020), além de emplacar cerca de 7.000 vereadores. A estratégia da sigla mudou para um investimento mais seletivo em cidades maiores com chance de vitória. O problema, segundo Valdemar, é que este plano “custa uma nota”. Você chega, cada estado é um país, esse Brasil é um continente, é muito grande. E o dinheiro fica curto para fazer campanha para todo mundo”, afirmou.
O cacique diz que o partido dividiu proporcionalmente 70% do fundo eleitoral para o número de deputados e senadores que tinha em cada município. O dinheiro foi extrapolado, deixou, nas palavras do cacique, “muita gente descontente”. O fundo partidário é proporcional ao tamanho das bancadas. O PL elegeu 99 deputados federais (hoje tem 95), conquistou o maior caixa, e, por isso, contemplou os berços eleitorais dos parlamentares com uma boa parcela dos recursos disponíveis.