A reação da direita brasileira à mensagem de apoio de Trump a Bolsonaro

A publicação feita nas redes sociais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda, 7, defendendo Jair Bolsonaro despertou esperanças na direita brasileira de que alguma intervenção exterior possa ser feita para salvar o ex-presidente de uma provável condenação no caso da tentativa de golpe de estado e da decretação de sua inelegibilidade até 2030 pela Justiça Eleitoral. O próprio ex-presidente agradeceu o gesto virtual e disse que o processo é uma “aberração jurídica”.

Um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), agradeceu a Trump e creditou o feito a seu irmão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelo gesto — ele é o principal articulador nos Estados Unidos em busca de algum tipo de reação do governo Trump ao cerco feito ao seu pai no Brasil. A movimentação fez, inclusive, que o filho Zero Três do presidente passasse a ser investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de costurar sanções estrangeiras às autoridades brasileiras.

“Obrigado, presidente Donald Trump. Sempre em defesa da democracia e da liberdade de expressão! Trump está certo: quem deve julgar Bolsonaro são os brasileiros nas urnas. Não se trata de justiça, se trata de uma verdadeira caça às bruxas contra quem ousou enfrentar o sistema e governar pelo povo. Parabéns pelo seu trabalho incansável, meu irmão Eduardo Bolsonaro! Sabemos da sua luta aí”, escreveu Flávio no X (antigo Twitter).

O próprio Eduardo prometeu que outras ações virão. “Muita gente me telefonando, mas não podemos passar mais detalhes sobre isso. O que posso dizer é que esta não será a única novidade vinda dos EUA neste próximo tempo”, postou

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos nomes mais cotados para representar a direita na eleição presidencial de 2026 caso a inelegibilidade de Bolsonaro se mantenha, também se mostrou animado com o apoio do presidente americano. “Jair Bolsonaro deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições. Força, presidente”, disse o ex-ministro.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que lidera uma campanha pela anistia no Congresso, também reagiu de forma eufórica. “Donald J. Trump quebrou o silêncio global e disse o que todos veem, mas poucos têm coragem de declarar: Bolsonaro está sendo perseguido. Não por crimes — mas por ter lutado pelo povo”, postou. O deputado prometeu apresentar uma moção oficial de apoio ao presidente americano na Câmara.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também repercutiu a mensagem do presidente americano. “A forma injusta e parcial como o Bolsonaro vem sendo tratado , gera solidariedade e indignação no Brasil e no mundo”, escreveu.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também é um dos réus do caso do golpe de estado, compartilhou a tradução do post de Trump nas suas redes sociais. O parlamentar foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, durante o governo Bolsonaro. Foi sob a sua gestão que teriam ocorrido monitoramentos irregulares de autoridades, jornalistas e políticos adversários do ex-presidente.

“Eu sempre manifestei minha absoluta certeza da inocência do presidente Jair Bolsonaro. Mas a declaração do presidente Trump vai além disso. É o resultado também das provocações imaturas e sem propósito, constantes e recorrentes, do governo Lula contra o presidente americano e os Estados Unidos”, disse nas redes o ex-ministro de Bolsonaro e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira. 

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