A nova derrota do bolsonarista que pretendia explodir caminhão em Brasília
George Washington de Oliveira está preso desde dezembro

O desembargador Jansen Fialho de Almeida, da 3° Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, negou na quarta, 3, um novo pedido de liberdade para George Washington de Oliveira Sousa, 55 anos, acusado de tentar explodir uma bomba em um caminhão-tanque nos arredores do Aeroporto de Brasília, no fim do ano passado, antes, portanto, dos atos terroristas de 8 de janeiro. Preso desde 24 de dezembro, Sousa alega que é réu primário e não tem antecedentes criminais.
No despacho, Almeida afirmou que os crimes imputados a ele (explosão majorada, porte ilegal de arma de fogo e detenção e fabricação de artefato explosivo) são punidos, isoladamente, com pena superior a quatro anos de detenção, o que permite a prisão preventiva nesse caso. “O paciente (George) foi autuado em flagrante na posse de expressiva e variada quantidade de armas de fogo e munição, tendo confessado, perante a autoridade policial, sua participação no crime de explosão, conforme se constata do exame das declarações do condutor e testemunhas, corroboradas por laudos periciais que serviram de base para a denúncia recebida”, disse o magistrado.
Com a nova negativa, George Washington e outro acusado, Alan Diego dos Santos Rodrigues, que também está preso, devem aguardar no cárcere o julgamento, que ainda não foi marcado. Um terceiro réu, Wellington Macedo de Souza, está foragido e nega, por meio de seu advogado, a participação nos preparativos para a explosão.
Morador da cidade paraense de Xinguá, Sousa gastou 160.000 reais para comprar todo o armamento apreendido, como pistolas, fuzis, carabinas, mais de mil munições e cinco bananas de dinamite. Essas últimas custaram 600 reais. Ele chegou a Brasília em 12 de dezembro, trazendo o arsenal em seu veículo, uma Mitsubishi Triton. “A minha ida até Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, afirmou o acusado, em um primeiro depoimento.