Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Por que estamos fracassando

Crenças e erros de gestão explicam grande parte da crise

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 4 jun 2024, 11h47 - Publicado em 4 jun 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Com frequência, nos perguntamos por que ultimamente as coisas não andam bem. Na verdade, crises têm ocorrido a partir dos dois choques do petróleo (1973 e 1979) e da crise de dívida externa (1982). Ao mesmo tempo, o prolongamento da estratégia de substituição de importações, os efeitos econômicos da Constituição de 1988 e as más consequências do governo de Dilma Rousseff contribuíram para o colapso da produtividade — e assim do potencial de crescimento.

    Enquanto isso, a cultura da indexação e o impacto fiscal do atendimento de demandas sociais reprimidas aceleraram o ritmo da subida da inflação, que resistiu a diferentes remédios até o Plano Real (1994). A esperança renasceu com a estabilidade monetária, as reformas do governo FHC e a política econômica responsável do primeiro mandato de Lula. O Brasil voltava a dar certo. Na capa de uma edição da revista The Economist, o Cristo Redentor decolava qual um foguete. De repente, o pessimismo retornou com a armadilha do baixo crescimento e o alto desemprego. O que aconteceu?

    A explicação está no recente livro Nós do Brasil: Nossa Herança e Nossas Escolhas, da economista Zeina Latif, que examinou as causas dos nossos problemas. Para ela, “o pecado original foi negligenciar a educação”, frase que denomina o capítulo em que discorre sobre os equívocos nessa área crucial para o desenvolvimento. Em análise incomum para economistas, o livro examina a herança cultural da colonização portuguesa, de onde se originam as crenças antimercado e o fervor intervencionista. Como disse Samuel Pessôa, “Zeina transcendeu a profissão”.

    “A impressão pode ser pessimista diante da enormidade dos problemas, mas nem tudo está perdido”

    No capítulo dedicado ao marco jurídico e ao funcionamento do Judiciário, Zeina aponta as fontes da insegurança jurídica: a complexidade, as imprecisões, as brechas e o ativismo do sistema judiciário que atingem o direito adquirido, questões julgadas e atos jurídicos perfeitos. Os custos da Constituição de 1988 aparecem em várias partes do livro.

    Continua após a publicidade

    A obra avançou em temas como o preço da democracia tardia, a influência das Forças Armadas, a cidadania, a necessidade do compromisso do servidor público com o cidadão, a trajetória e o papel da imprensa e o pensamento (quase único) da academia. Nesse último caso, ela ressalta a baixa qualidade da pesquisa acadêmica e o pensamento de esquerda que impregna as universidades públicas.

    Até aqui, a impressão pode ser pessimista diante da enormidade dos problemas a resolver, mas o alento vem no capítulo final. Nem tudo está perdido. Transformações recentes, muitas vezes silenciosas, indicam a possibilidade de volta do crescimento: a classe média não está apática, não há apagão de ideias, o debate público amadurece e existem muitas administrações estaduais e municipais bem-sucedidas.

    O livro não recorre ao linguajar dos economistas, nem a gráficos e equações econométricas. Em escrita clara e didática, o leitor entenderá por que estamos fracassando e os caminhos para superar os desafios.

    Publicado em VEJA de 8 de junho de 2022, edição nº 2792

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.