Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Planos de saúde: a covardia da ANS

Ao revogar a norma sobre franquia e co-participação em planos de saúde, a agência inibe o desenvolvimento saudável e necessário desse segmento

Por Maílson da Nóbrega
31 jul 2018, 11h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Agência Nacional de Saúde (ANS) revogou a Resolução Normativa 433, que permitia a cobrança de franquia e coparticipação em planos de saúde. Preferiu promover audiência pública para avaliar os dois mecanismos ou sua substituição por outro arranjo.

    A ANS disse ter considerado a má reação da sociedade à Resolução 433. Provavelmente levou em conta a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, que concedeu liminar em ação movida pela OAB contra a mesma resolução.

    A ministra usou frases de efeito para concordar com a OAB. “Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro”, disse ela, revelando o sentimento anticapitalista do Judiciário e da OAB. A ojeriza ao lucro é o outro lado dessa moeda.

    Acontece que pelo artigo 196 da Constituição “a assistência à saúde é livre à iniciativa privada”. Ora, a iniciativa privada pressupõe a busca legítima do lucro e, portanto, da realização de negócios. Se a ministra estivesse correta, caberia fechar as clínicas particulares e proibir a cobrança de honorários por consultas médicas.

    Continua após a publicidade

    A insegurança jurídica tem sido fonte de elevação de custos dos planos de saúde. Juízes obrigam os planos a custear tratamentos não previstos nos contratos ou ausentes de comprovação de sua eficácia para a saúde e o bem-estar dos participantes dos planos.
    Mercados podem ser destruídos por instituições ou decisões mal formuladas. Por exemplo, se não for permitida a cobrança e franquias e co-participações em planos de saúde e seguros, fomenta-se a irresponsabilidade ou o uso abusivo dos respectivos serviços.

    Nos planos de saúde, incentiva-se a requisição de exames e cirurgias sem necessidade, pois os médicos e os pacientes não se preocupam com os custos. No mercado de seguros, a ausência da franquia torna os motoristas menos responsáveis ao dirigir veículos.
    Decisões como a do STF e outras patrocinadas pela OAB elevam custos para todos os participantes desses planos. Está aí uma das explicações de aumentos de contribuições acima da inflação. O quase desaparecimento dos planos individuais é outra face dessa triste realidade.

    Cumpre à ANS contribuir para a percepção do papel dos planos de saúde e de seus benefícios para a sociedade. Cabe-lhe, ainda, contrapor-se aos instintos anticapitalistas da OAB, do Judiciário e das organizações de defesa do consumidor.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.