Faz 40dias que o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, apresentou sua demissão ao presidente da República.
Alguém notou a falta de titular?
Há um interino despachando. É o secretário executivo Heitor Yomura, que, como Cristiane Brasil, a indicada que não consegue tomar posse, é do PTB presidido por Roberto Jefferson, pai da eventual futura ministra.
Os três são do Rio de Janeiro.
Outro ministério, o da Indústria e Comércio, está vago há 33 dias.
Também ali, quem responde pela interinidade é o secretário executivo, Marcos Jorge de Lima.
Tanto ele quanto o ex-ministro, Marcos Pereira, que se demitiu em 3 de janeiro, são do mesmo partido, o PRB do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
As notícias sobre o nome a ser indicado por Temer não deixam claro se a pasta vai mesmo continuar com o PRB. Parece que sim.
A pergunta que não quer calar, especialmente em tempos de Lava Jato é: o que o contribuinte perdeu nesse tempo de vacância de ministros?
Quanto o erário economizou ao não pagar vencimentos e demais benefícios que antes desembolsava a Nogueira e a Pereira?
Em outras palavras: os ministros, e, mais ainda, suas respectivas legendas partidárias, servem ao público ou se servem do público?
Um post scriptum: o sr. Marcos Pereira, 45 anos, nasceu no Espírito Santo, é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus há mais de 20, já foi vice-presidente da Rede Record, coordenou a campanha de Celso Russomano à prefeitura de São Paulo, é investigado no Supremo Tribunal Federal por causa das delações da Odebrecht, aparece num áudio suspeito de Joesley Batista https://veja.abril.com.br/brasil/joesley-gravou-acerto-de-propina-com-ministro-de-temer/ , e, por isso, acaba de sofrer censura formal por transgressão de ética da Comissão de Ética da Presidência da República https://veja.abril.com.br/politica/comissao-aplica-censura-etica-a-ex-ministro-e-a-ex-vice-da-caixa/
É presidente nacional do PRB.