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É a corrupção, estúpido

“Gasto” do contribuinte com corrupção, subsídios e emendas parlamentares é 50 vezes maior do que os R$ 9,5 bilhões “concedidos” agora aos caminhoneiros.

Por Lillian Witte Fibe 28 Maio 2018, 13h01
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  • E lá vem o governo se vitimizando sobre os custos dos subsídios ao movimento dos caminhoneiros. Repete que é obrigado por lei a cumprir um teto dos gastos.
    Volta e meia fala em responsabilidade fiscal.
    Menciona o já conhecido rombo no déficit público.
    Apela também aos prejuízos causados à população em geral.
    “O contribuinte é quem vai pagar” já virou bordão.
    Vejo grande parte da grande mídia se compadecendo dessa causa. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse agora de manhã que as concessões feitas aos caminhoneiros custarão R$9,5 bilhões.
    E aventou a ameaça de sempre: a possível necessidade de aumentar impostos num País que, como sabemos, tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e zero espaço para novas ou maiores alíquotas.
    O discurso de concessões não cola, entre outras razões, pelas seguintes:
    1) recente levantamento do próprio Ministério da Fazenda informou que, só em subsídios a escolhidos – que não os dos caminhoneiros, óbvios – o governo distribuiu presentes no valor de R$ 355 bilhões. Só no ano passado. Dá 5,4% do PIB.
    2) a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal estima que, só nos quatro anos compreendidos entre 2013 e 2016, a corrupção custou R$ 123 bilhões ao Brasil. Isso foi bem antes de operações como a “Câmbio, desligo”, que tem todo o jeito de ser maior, por exemplo, do que a Greenfield (fundos de pensão) que, por sua vez, já passou a Lava Jato em matéria de cifrões.
    3) a distribuição de emendas parlamentares – por vias legais e oficiais – bateu recorde no ano passado: R$ 10,7 bilhões, valor 48% maior do que o de 2016.
    O gasto é oficial, a escolha dos parlamentares é subjetiva. E a caneta corre em momentos que precedem votação importante no Congresso – principalmente quando o interessado é o próprio presidente, como vimos nas votações que barraram as duas denúncias contra Temer em 2017.
    355 + 123 + 10,7 = 488,7
    Portanto, só entre subsídios, roubos e emendas, temos mais de 50 vezes os R$ 9,5 bilhões que o governo se jacta de estar “gastando” com os subsídios anunciados ontem à noite para encerrar uma greve que não só não foi encerrada, como vem ganhando adesões de variados transportadores urbanos.
    Uma paralisação que desabasteceu o País, e que já conta, hoje, com apoio de Roberto Carlos e de Xuxa, entre outros.

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